Estreantes em finais da Taça Davis, os neerlandeses não conseguiram contrariar o favoritismo de Itália, que juntou o cetro masculino ao alcançado há quatro dias pela seleção feminina na Billie Jean King Cup, também em Málaga, e ergueu pela terceira vez a emblemática ‘Saladeira’ (a outra foi em 1976).
O ponto decisivo foi, inevitavelmente, conquistado por Sinner, que venceu Tallon Griekspoor, por 7-6 (7-2) e 6-2, já depois de Matteo Berrettini ter ganhado a Botic van de Zandschulp, pelos parciais de 6-4 e 6-2.
Tallon Griekspoor foi um ‘gigante’ diante do número um mundial, com um impressionante registo de apenas seis derrotas numa temporada em que se sagrou campeão do Open da Austrália e dos Estados Unidos, das ATP Finals e de três Masters 1.000.
As estatísticas estavam contra si, mas o neerlandês esteve absolutamente irrepreensível no seu serviço, não enfrentando qualquer ‘break-point’ no primeiro parcial, ao contrário do número um mundial, que anulou dois no terceiro jogo.
Mas Sinner não é líder do ranking por acaso e, quando precisou, elevou o nível do seu jogo para vencer facilmente o ‘tie-break’ por 7-2.
O 40.º mundial pode, contudo, congratular-se por ter sido o único a ganhar seis jogos ao italiano nesta edição da Davis, conseguindo ainda devolver um ‘break’ no quarto jogo do segundo set.
Impassível, o jovem de 23 anos reagiu prontamente e voltou a quebrar duas vezes o serviço do neerlandês, para adiantar-se para inalcançáveis 5-2.
O triunfo era certo mas Sinner complicou a sua tarefa, desperdiçando três pontos para fechar o encontro, num raro vislumbre de humanidade de um campeão que raramente ‘treme’.
“Se [a Davis] não fosse importante, não estaria aqui. Significa muito para mim”, assumiu já depois de ter mesmo selado o triunfo da sua seleção, após uma hora e 31 minutos.
Mostrando-se “honrado” por integrar a equipa campeã, Sinner reconheceu ter sentido uma pressão diferente, uma vez que a competição é “muito importante” para o seu país, cuja vitória começou a ser construída horas antes.
Num Palácio dos Desportos Martín Carpena, em Málaga, vestido quase integralmente de azul, Matteo Berrettini foi, tal como na véspera, o escolhido para o primeiro encontro de singulares, diante de Botic van de Zandschulp, o homem que ‘encerrou’ a carreira de Rafael Nadal.
O equilíbrio foi tal que apenas ao nono jogo apareceram os primeiros pontos de ‘break’, após um jogo desastrado do neerlandês, que pareceu acusar a pressão do momento e ‘entregou’ o seu serviço.
O 35.º jogador mundial demonstrou ter aprendido com os erros da véspera, quando perdeu o primeiro parcial da sua batalha com o australiano Thanasi Kokkinakis depois de desperdiçar três ‘set points’, e fechou o primeiro set com 6-4 a seu favor, após 40 minutos.
Confiante com a conquista, Berrettini entrou a dominar os pontos, particularmente determinado, e logo no terceiro jogo passou para o comando do marcador e não mais perdeu a vantagem.
Consistente no seu serviço, o italiano voltou a quebrar o 80.º jogador mundial e festejou a vitória após uma hora e 16 minutos em ‘court’, ao impor-se por 6-2 no segundo parcial.
“Consegui lidar bem com as minhas emoções bastante bem”, resumiu Berrettini, que ‘roubou’ a vaga nos singulares a Lorenzo Musetti, após o número dois transalpino ter comprometido ao perder o seu encontro no embate com a Argentina nos quartos de final.
Depois de ter perdido a final do ano passado por lesão e ter sido convocado à última hora para esta Davis, o vice-campeão de Wimbledon em 2021 foi agora fundamental na vitória da sua equipa, ganhando todos os encontros que disputou.
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