A língua portuguesa vai escutar-se hoje bem alto nos courts do Clube de Ténis do Estoril, palco da 8.ª edição Millennium Estoril Open.
João Sousa, Nuno Borges, Henrique Rocha e Pedro Sousa entram em ação no quadro principal do mais importante evento tenístico em Portugal, competição que abre os torneios ATP de terra batida na Europa.
No Estádio Millennium, campo principal, no terceiro encontro do dia, João Sousa defronta Giulio Zeppieri.
O vimaranense que recebeu wild-card da organização, número 147 do ranking ATP, pisou ontem o pó de tijolo do Estoril Open, ao lado do austríaco Dominic Thiem. Bateram a dupla convidada (wildcard) para o evento, Duarte Vale e Ben Shelton.
Caso ultrapasse o italiano, nº. 121, Sousa sobe ao palco principal para enfrentar o cabeça-de-série número 1 da prova, Casper Ruud, tenista norueguês, número 5 do ranking ATP.
Nuno Borges, número um nacional e que esta semana atingiu a melhor posição internacional (65.º) fecha o dia frente ao francês Quentin Halys (80.º). Em caso de vitória, o portuense irá medir forças com Roberto Bautista Agut, contemplado com um dos três convites para o quadro principal do Estoril Open.
Henrique Rocha em estreia. Pedro Sousa diz adeus.
Ao lado do palco de todas as atenções, no Court Cascais, os olhares portugueses estarão atentos a Henrique Rocha (590.º do ranking mundial).
A dois dias de celebrar mais um aniversário (6 de abril), o jovem portuense de 18 anos, vindo de duas vitórias no qualifying, entra na história destas 8 edições do Millennium Estoril Open como o mais jovem jogador português a participar no quadro principal do torneio português.
Na abertura do campo, às 12h00, o espanhol, Bernabe Zapata Miralles (n.º 43) será o padrinho de batismo de Rocha, em estreia numa partida de um quadro principal e na primeira oportunidade num torneio ATP.
"Sinto um grande orgulho por ter aberto o Estádio Millennium. Acho que aproveitei bem a oportunidade de ter um wildcard. Estou no quadro principal agora, ainda é um bocadinho difícil de acreditar. É uma experiência nova, não consigo explicar", sublinhou na conferência de imprensa após o seu maior feito da carreira.
Caso prolongue a estadia, tem à sua espera o polaco Hubert Hurkacz (9.º), segundo pré-designado e um dos dois top 10 no torneio português.
Logo de seguida, o veterano Pedro Sousa (467.º), no mesmo local, veste a pele do último capitão português na areia do Estoril. Tem duelo marcado com Luca Van Assche, francês número 91 da hierarquia.
Esta será a quinta ocasião no quadro principal do evento português e o penúltimo “combate” profissional do lisboeta de 35 anos, ex-top 100 mundial, que anunciou, em lágrimas, em pleno court, que seria a última dança no Estoril Open. Retira-se profissionalmente do ténis dentro de duas semanas, no Oeiras Open 125, no Jamor.
“Na primeira ronda (da fase de qualificação), às tantas, durante o encontro só pensava no que dizer às pessoas. Anunciar o que anunciei tirou-me um bocadinho desse peso e isso foi bom”, assumiu em declarações aos jornalistas.
A decisão de abandonar a alta-roda “tem a ver com os objetivos que eu quero para a minha carreira e o contexto familiar em que estou. Ter a disponibilidade física e mental para jogar ao nível que quero é impossível. É a decisão mais dura da minha carreira, mas quando meto na balança o outro lado… torna-se fácil”, sublinhou Pedro Sousa que, caso vença os sets, defronta o espanhol Alejandro Davidovich Fokina (25.º).
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