“Todas as provas, ganhando ou perdendo, são experiências importantes. O somatório delas culmina nestes momentos. O meu ano, que correu mal, culminou hoje num bonito momento da medalha de terceiro lugar, que é especial por ser a minha primeira. Sabe a ouro”, disse aos jornalistas, na zona mista da Altice Arena, local onde decorre a prova.
Crisóstomo, 63.º do mundo, foi a grande surpresa do dia entre os portugueses, ao bater adversários bem mais cotados, o polaco Patrick Wawrzyczek (54.º), o azeri Nijat Shikhalizada (21.º) e o espanhol Gaitero Martin (nono), todos no ‘golden score’, até chegar às meias-finais.
Já nas ‘meias’, o judoca da universidade Lusófona perdeu com o italiano Manuel Lombardo, terceiro do ‘ranking’ mundial, e no combate para medalha de bronze, diante do bielorrusso Dzmitry Minkou (39.º), o português voltou a vencer no 'prolongamento', ao fim de mais de oito minutos de combate.
“Nunca pus um objetivo concreto para uma medalha. Encarei sempre isto como uma prova em casa, em Lisboa, o que é especial, mas a tentar aproveitar ao máximo e desfrutar daquilo que realmente gosto, que é fazer judo. Acabar assim é fantástico”, contou.
João Crisóstomo lembrou o trabalho do seu treinador, Pedro Pratas, que esteve “toda a prova a chatear a cabeça”, o que ia despertando o atleta luso – “fazia-se luz”.
O português, de 26 anos, dedicou a medalha ao treinador, ao clube [Universidade Lusófona] e aos portugueses, bem como a si próprio: “Fui eu que a conquistei. É o meu mérito e trabalhei para ela”.
“Não sei se será um relançamento da corrida para os Jogos Olímpicos, mas é um relançamento de uma corrida para mim próprio, de provar a mim mesmo que sou capaz e que era possível. Este ano, não foi todo de feição, correu mal, mas, mesmo não podendo ir aos Jogos, acabar assim vale a pena. Valeu sempre a pena estes cinco anos”, revelou.
No combate pela medalha de bronze, João Crisóstomo viu o videoárbitro (VAR) anular um ‘yuko’ ao adversário durante o ponto de ouro, antes de finalizar de igual forma, desta feita a seu favor.
“Felizmente, o VAR estava do meu lado. Eu sabia que muito dificilmente ia ser penalizado porque o controlo da técnica acabou por ser todo meu. O VAR assim confirmou, anulou e continuámos o ‘golden score’. Eu senti que, mais tarde ou mais cedo, aquilo ia dar, ou seja, que ia conseguir projetar. Só precisava daquele tempo e daquela sorte”, expressou.
No primeiro dia da prova, que decorre até domingo, na Altice Arena, em Lisboa, a portuguesa Telma Monteiro arrebatou a medalha de ouro na categoria de -57kg, alcançando o seu sexto título continental e a 15.ª medalha em igual número de presenças, tornando-se a primeira judoca a conquistar ‘metais’ em 15 Europeus.
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