“A expectativa é ótima, tenho sempre de acreditar no melhor. Aproveitei o outono para treinar a técnica do tubo, andar dentro do tubo, e senti-me cada vez mais à vontade. Espero conseguir mostrar isso nos ‘heats’, em Pipeline”, afirmou Kikas, em declarações à agência Lusa, antes de partir, com o seu treinador, Richard Marsh.
A Liga Mundial de Surf (WSL) cancelou a edição de 2020 do circuito mundial (WCT), devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus, e reorganizou a de 2021, iniciando-a com o Billabong Pipe Masters, entre 08 e 20 de dezembro, que, tradicionalmente, encerra a competição.
“É diferente, obviamente, mas acho que sabe bem começar em grande, como sabe bem acabar em grande, em Pipeline. É uma onda superdesafiadora, a ‘meca’ do surf internacional, e vai saber muito bem regressar à água e ao circuito mundial, qualquer que fosse a onda”, sublinhou o surfista cascalense, que, depois da viagem, espera conseguir “continuar a experimentar as pranchas, perder o ‘jet-lag’ e manter a forma”.
Depois, o circuito mundial prossegue em Sunset Beach, também no Havai, entre 19 e 28 de janeiro, e nos Estados Unidos, em Santa Cruz, entre 02 e 12 de fevereiro.
“Em princípio, não conseguirei regressar a Portugal depois da prova, terei de ficar no Havai para a segunda etapa e, depois, para a terceira, em São Francisco. Vão ser uns longos meses fora de casa… Ainda bem que deu para aproveitar o tempo com a família, em Portugal, porque agora vão ser três meses fora de casa, o que não é fácil, mas faz parte e estou ansioso por voltar a competir ao mais alto nível”, admitiu.
A edição de 2021 do WCT prevê outros 10 campeonatos, entre os quais o Meo Pro Peniche, que não tem data definida, num regresso à competição, depois da interrupção devido à pandemia.
“A minha rotina tem sido o mais perto possível do normal, obviamente respeito as restrições, mas tenho surfado bastante, em ótimas ondas. Tenho procurado as que mais se assemelham a estas primeiras etapas do circuito mundial, no Havai, e tenho complementado todo o treino com a parte física, no ginásio. Sinto-me bem, sinto-me preparado”, referiu.
Frederico Morais, de 28 anos, volta a integrar o WCT depois de ter sido relegado em 2018 para o circuito de qualificação, que venceu em 2019, ano em que assegurou também uma vaga para Portugal nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, que foram adiados para 2021.
“Sem dúvida que 2019 foi um ano de sonho com vitórias muito significativas e momentos muito marcantes, para mim e para o surf português. Já 2020 foi muito atípico, bem diferente do que se esperava, mas acho que, dentro do possível, consegui dar a volta. Posso dizer que tive um ano positivo em termos de competição, consegui sagrar-me campeão nacional e ganhei uma etapa do Europe Cup of Surfing, em Ribeira d’Ilhas”, avaliou.
Kikas, campeão nacional de surf em 2013, 2015 e 2020, escusou-se a definir objetivos para a temporada competitiva de 2021, depois do impasse provocado pela pandemia do novo coronavírus.
“Óbvio que esperava muito mais deste ano, mas a pandemia abalou-nos a todos. Os objetivos para 2021 são positivos, mas não quero criar grandes expectativas, porque estamos muito dependentes da pandemia, vamos ver como corre esta primeira etapa e, depois, podemos começar a delinear algumas metas mais concretas”, concluiu.
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