Tem sido um ano singular para a Federação Inglesa e respetivas equipas nacionais. Só em 2017, as seleções já conquistaram o Campeonato do Mundo de Sub-20, na Coreia do Sul, e o Campeonato da Europa de Sub-19, frente a Portugal, em Gori, na Geórgia. Já a seleção mais nova, de Sub-17, em maio deste ano já participou na final do Campeonato da Europa, onde foi derrotada pela Espanha, e na passada quarta-feira qualificou-se para a final do Campeonato do Mundo, tendo derrotado a equipa Brasileira por três bolas a uma.

Numa equipa nacional de sub-17 todos os elementos terão que ser, à partida, promessas. Todos eles têm uma enorme probabilidade de se tornarem, não só jogadores profissionais (caso já não o sejam), como também figuras principais do futebol inglês nos próximos anos. Quem são, deste lote de jogadores os que têm mais visibilidade e potencial? Havendo mais que três, deixo os que, na minha opinião, já têm capacidade de jogar ao mais alto nível e que a curto prazo, se tudo correr como previsto, o farão.

Rhian Brewster (Liverpool)

O jogador que já leva sete golos na fase final do Campeonato do Mundo e que está nas bocas do mundo. Depois de um hat-trick nos quartos de final frente aos Estados Unidos, agora outro, desta feita nas meias-finais frente ao Brasil, colocando a Inglaterra na final do mundial.

O jovem ponta de lança, que captou de imediato a atenção de Klopp, tem sido presença habitual nos treinos da equipa principal dos Reds. Tendo feito a sua formação desde os 8 anos de idade no Chelsea, decidiu mudar-se de malas e bagagens para Liverpool aos 14, onde, desde então, tem feito as delícias de quem o vê jogar. Jogador rápido, com faro de golo, é uma das grande promessas do futebol inglês e, muito provavelmente, pouco faltará para o vermos envergar a camisola do principal clube de Liverpool.

Phil Foden (Manchester City)

É já uma das maiores promessas do futebol inglês e da Premier League. Ainda por se estrear no principal campeonato de terras de Sua Majestade, o jovem médio ofensivo tem jogado na equipa de Sub-19 e nas reservas do Manchester City.

Mas não só. Foden foi até aos Estados Unidos e fez a pré-temporada da equipa de Guardiola, altura em que o técnico afirmou nunca ter visto nenhum jogador tão talentoso aos dezassete anos de idade.

Vindo do catalão, que testemunhou o início de carreira de jogadores como Messi, é um elogio a ter em conta e de deixar água na boca para o que virá dos pés da jovem promessa.

Jaden Sancho (Borussia Dortmund)

Dos três que apresento este é aquele que, até ao momento, mais deu que falar. Quer no clube, quer na seleção, Sancho tem sido tema de conversa internacional.

Tudo começou quando se decidiu mudar, no último dia do mercado de transferências, de Manchester, neste caso o City, para Dortmund, onde o esperava um contrato com a equipa alemã. A sua transferência (cerca de dez milhões de libras, aproximadamente onze milhões de euros) foi muito falada, principalmente devido à relutância dos jogadores ingleses em mudarem de país.

"Só posso imaginar que o Dortmund o queira de volta para jogar na equipa principal. Não vejo outra razão para retirar um jogador de um Mundial" - Steven Cooper, seleccionador inglês de Sub-17

Sancho assumiu o desafio da nova língua e da nova cultura e parece estar a dar-se bem com a mudança. Assim o é que, após a fase de grupos, como estipulado entre o Dortmund e a Selecção Inglesa, o jogador foi chamado de volta para a equipa alemã, onde se estreou na equipa principal, nesse mesmo fim de semana. Sancho foi um dos principais jogadores da seleção e a sua saída prematura do Mundial foi das notícias mais badaladas da competição até ao momento.

E depois da final?

A final do Mundial de sub-17 não se antevê fácil para qualquer das equipas. A Inglaterra defronta a Espanha, naquela que vai ser a primeira final totalmente europeia da competição.

Em maio deste ano, as mesmas equipas defrontaram-se na final do Campeonato da Europa de Sub-17 e, nessa altura, a Espanha saiu vencedora de um duelo que, após um 2-2 no tempo regulamentar - tendo a Espanha empatado o jogo apenas nos momentos finais - só se viria a decidir nas grandes penalidades. Desta feita, e após tamanha desilusão britânica no início do ano, espera-se um jogo de proporções épicas e uma final extremamente empolgante.

Ambas as equipas praticaram o melhor futebol do torneio até ao momento e, estando a Espanha recheada de jogadores do Barcelona, de certo que a Inglaterra não terá a vida facilitada.

Seja qual for o desfecho do encontro, o resultado das decisões tomadas pela Federação Inglesa já começa a ser conhecido e é extremamente positivo. Num pais em que as condições de acesso à prática são de primeira linha, faltava a capacidade de aliar as infra-estruturas a uma filosofia que proporcionasse a formação de atletas de excelência técnica, táctica e psicológica. Esse trabalho tem sido, pouco a pouco, posto em prática, tanto pela Federação, como pelos clubes. E começa agora a dar os seus frutos.

Na minha opinião, falta apenas a consolidação do último passo nessa caminhada para o sucesso das selecções inglesas, isto é, o contínuo aproveitamento destes jogadores no principal campeonato inglês, a Premier League. Na seleção de Sub-19 são inúmeros os jogadores que são presença habitual em clubes de nomeada, mas essas oportunidades terão que continuar a ser oferecidas e, muito provavelmente, regulamentação terá de ser criada para que o futuro do futebol inglês seja tão grande quanto o seu potencial.

Esta semana na Premier League

Todas as atenções vão estar viradas para o jogo que abre a décima semana da competição. Com vinte pontos cada, Manchester United e Tottenham estarão na sua máxima força quando se defrontarem no sábado pelas 12h30. E quando digo máxima força, não me refiro à disponibilidade de todos os jogadores, mas sim ao facto de o United jogar em casa, onde tem um registo de quatro jogos, quatro vitórias, quatorze golos marcados e zero sofridos, e de o Tottenham apresentar um registo longe do seu estádio também de quatro jogos, quatro vitórias, doze golos marcados e apenas dois sofridos.

No United, Phill Jones está de volta após lesão e no Tottenham a preocupação vai para Harry Kane. O internacional inglês foi substituído ainda no jogo frente ao Liverpool, após ter marcado por duas vezes, e está agora em dúvida para o embate frente aos Red Devils.

Ambos os clubes tudo terão que fazer para alcançar os três pontos, já que o Manchester City não dá sinais de abrandar e a distância para as equipas de José Mourinho e de Mauricio Pochettino já vai em cinco pontos.

Pedro Carreira é um jovem treinador de futebol que escolheu a terra de sua majestade, Sir. Bobby Robson, para desenvolver as suas qualidades como treinador. Tendo feito toda a sua formação em Inglaterra, passou por clubes como o MK Dons e o Luton Town, e também pela Federação Inglesa, o seu sonho é um dia poder vir a treinar na melhor liga do mundo, a Premier League. Até lá, pode sempre acompanhar as suas crónicas, todas as sextas, aqui, no SAPO 24. E não se esqueça que poderá sempre juntar-se à nossa liga SAPO 24 na Fantasy Premier League. O código de acesso é o 3046190-707247.

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