“As nossas vozes são fortes, temos uma plataforma, e podemos chegar a muitas pessoas”, justificou o defesa campeão mundial, de 31 anos, que representa o Bayern Munique e a seleção alemã, em declarações à rádio Deutsche Welle.
Boateng esclareceu, no entanto, que pelo facto de não se manifestarem não quer dizer que os desportistas brancos sejam racistas, mas que seria desejável que usassem da palavra, pela sua notoriedade.
“Muitos já o fazem, mas acredito que muitos mais o poderiam fazer”, defendeu o jogador.
Inúmeros desportistas, na sua maioria de raça negra, têm levantado a voz e participado em homenagens a George Floyd, um afro-americano que morreu em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos.
Para o lateral do Bayern Munique é importante ir mais longe do que mensagens nas redes sociais.
“Temos de pegar no assunto com as nossas mãos, seja no trabalho junto das crianças ou em projetos de integração. Todos podem ajudar”, acrescentou, explicando a importância do papel dos pais e nas escolas, onde defende a integração do tema nos programas curriculares.
Boateng, nascido na Alemanha, revelou anteriormente ter sido vítima de racismo na infância e em 2016 foi alvo de um líder político da extrema-direita Alexander Gauland, que disse apreciá-lo enquanto jogador, mas que não o queria ter como vizinho, levando a chanceler Ângela Merkel a apoiar publicamente o futebolista.
Na terça-feira surgiram várias mensagens nas redes sociais, numa iniciativa de visibilidade contra o racismo, na qual figuras de todos os quadrantes publicaram um fundo preto, num dia que servia de símbolo contra a discriminação.
Do desporto, o treinador Carlo Ancelloti, ou os futebolistas Andrés Iniesta, Leo Messi, Hector Herrera, Coates, Alex Telles, Samaris ou os portugueses Pedro Santos, Bruno Fernandes, Ruben Dias, João Cancelo, André Almeida, Nuno Gomes ou a judoca Telma Monteiro, entre outros, participaram na iniciativa.
George Floyd morreu em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos, numa operação de detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.
Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.
Os quatro polícias envolvidos foram despedidos. O agente Derek Chauvin, que pressionou o pescoço de Floyd com o joelho, é acusado de homicídio em segundo grau, arriscando uma pena máxima de 40 anos de prisão, e os restantes vão responder por auxílio e cumplicidade de homicídio em segundo grau e por homicídio involuntário.
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