No encontro, promovido pelo Sindicato de Jogadores, marcaram presença sete capitães de equipas da I e II Liga — Tarantini (Rio Ave), Wilson Eduardo (Sporting de Braga), Nélson Lenho (Aves), Ricardo (Paços de Ferreira), Henrique (Boavista), Bruno China (Leixões) e Luís Dias (Penafiel) –, que foram recebidos pelo líder da LPFP, Pedro Proença.
No final da reunião, que durou cerca de uma hora, os intervenientes mostraram sintonia na aplicação de uma série de medidas para “proteger o jogador do futebol”, não escondendo a revolta com a atual situação.
“Depois dos clubes, dos dirigentes e árbitros, parece que agora é o tempo de atingir a idoneidade profissional e pessoal dos jogadores, e isso é inaceitável. Os atletas estão muito preocupados com este clima de suspeição que está instalado no futebol português”, começou por dizer Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores.
O dirigente não quis aprofundar as medidas que foram trazidas a debate para esta reunião, lembrando que esta terça-feira as mesmas serão apresentadas aos responsáveis da Federação Portuguesa de Futebol e da Secretaria de Estado da Juventude e Desporto.
“Não seria elegante estarmos já a detalhar essas medidas, sem antes as apresentarmos às restantes entidades. Mas posso dizer que englobam ações de caráter educativo, regulamentar e legislativo e que, temporalmente, podem ser implementadas em qualquer momento”, disse o presidente do sindicato.
Joaquim Evangelista considerou que seria “ingénuo alguém pensar que o problema ficaria resolvido até ao final da época”, mas reconheceu que algumas medidas “poderão ser implementadas ainda esta temporada”.
“Não se pode colocar o ónus da resolução apenas sobre os jogadores. Por ser uma questão difícil e complexa desafiamos todas as entidades a trabalharem em conjunto, com um verdadeiro espírito de compromisso”, acrescentou o líder sindical.
Tarantini, capitão do Rio Ave, agradeceu “a disponibilidade da Liga em ouvir as preocupações dos jogadores e a abertura mostrada para encontrar soluções”, vincando que “os jogadores querem ser valorizados e respeitados na sua profissão”.
Já Ricardo, capitão do Paços de Ferreira, lembrou que o atual clima de suspensão sobre os profissionais de futebol tem, também, implicações na vida pessoal dos atletas.
“Sentimos desconforto por, constantemente, estar a ser posto em causa o nosso bom nome. Queremos contribuir para um futebol positivo e um ambiente saudável que defenda o jogador de futebol, mas também o homem. Temos famílias que muitas vezes saem fragilizadas com esta situação”, afirmou o jogador dos pacenses.
Pedro Proença, presidente da LPFP, também mostrou preocupação com este assunto, reconhecendo que “quando a credibilidade de um dos parceiros da Liga é colocada em causa, a credibilidade da competição também sofre”, defendendo que sejam tomadas medidas para inverter a situação.
“Na primeira hora aceitámos este encontro, porque percebemos o papel fundamental do jogador no futebol profissional e estamos solidários na defesa dos atletas. Repugnamos tudo que coloque em causa a dignidade do futebolista em Portugal”, afirmou Pedro Proença.
No final, Joaquim Evangelista clarificou que este pedido de intervenção foi uma medida que partiu dos jogadores e não do sindicato, que apesar de nesta reunião estarem apenas representados sete capitães de equipa, a posição que defendem “é unânime”.
“Todos os capitães de equipa de clubes da I e II Liga, incluindo naturalmente FC Porto, Benfica e Sporting, estão unidos nesta posição. A esta reunião, no Porto, vieram representantes de clubes mais a norte, mas amanhã [terça-feira], em Lisboa, já estarão outros de clubes mais a sul”, garantiu o presidente do sindicato.
Comentários