“Na última folga em que estive com a minha família disse que só voltávamos a estar juntos no dia 07 [de outubro]. Essa é a minha crença”, afirmou Jorge Braz, em entrevista à agência Lusa, garantindo que o objetivo “mínimo” de Portugal passa por “ficar até ao fim”.
Campeã do mundo em 2021, na Lituânia, a equipa das ‘quinas’, bicampeã da Europa, está inserida no Grupo E e vai iniciar a defesa do título diante do Panamá, na segunda-feira (13:30 em Lisboa), seguindo-se os duelos com as congéneres do Tajiquistão, no dia 19 (16:00), e de Marrocos, em 22 (13:30).
Os dois primeiros classificados de cada grupo, assim como os quatro melhores terceiros classificados, avançam para a fase a eliminar.
“Existe aquele momento dos quartos de final, em que se viermos para casa dá aquela sensação de insucesso, ou então ficamos até ao fim e, ficando entre as quatro últimas equipas, aí depois estamos naquele patamar de dizer que tudo é possível”, notou, admitindo que “se Portugal chegou lá uma vez, é possível chegar outra”.
Todavia, e antes, há uma fase de grupos muito “difícil” para superar. Até porque, como considerou o selecionador, “Marrocos e Tajiquistão podem causar surpresas”.
“É um percurso longo. Queremos tentar fazer sete jogos. No primeiro jogo nunca estamos ao máximo, vai haver hesitações, mas o que perspetivo é ir crescendo ao longo da prova”, analisou o técnico luso, de 52 anos.
E nesse trajeto, num Mundial que antecipa “mais equilibrado e mais difícil”, sabe que Portugal é o “alvo a abater”.
“É normal e faz parte, mas isso também nos faz perceber que só temos de continuar a ter a nossa identidade. Enquanto formos Portugal e tivermos determinados comportamentos, chegámos onde chegámos. Só temos de continuar assim”, justificou.
Questionado sobre os crónicos candidatos a erguer o cetro mundial, Braz elencou, além de Portugal, Espanha, Argentina e Brasil, colocando, numa segunda linha, Cazaquistão, Irão, Marrocos, Paraguai e França.
“Há uma série de equipas que vão estar muito próximas das seleções que toda a gente aponta como as mais fortes e, num dia menos bom, há várias seleções que podem criar surpresas”, analisou.
Na apreciação do lote de ‘eleitos’, Braz encontrou “enorme riqueza e variabilidade” no grupo de 14 jogadores, depois de ter abdicado do guarda-redes Bernardo Paçó, por opção técnica, e do ala Pauleta, por lesão.
“Temos uma mistura muito rica entre a irreverência de alguns que ainda vivem na irresponsabilidade, que também traz vantagens, e da consistência e maturidade de outros, com outra experiência”, ressalvou, recordando “oito a 10 jogadores que não estão no Mundial e podiam estar” e destacando a importância de jogadores como João Matos e Bruno Coelho para o grupo.
Bicampeão europeu em título, Portugal conquistou o primeiro título mundial em 03 de outubro de 2021, depois de vencer a Argentina, por 2-1, na final disputada em Kaunas, numa partida em que Pany Varela esteve em evidência ao ‘bisar’.
O ala que se transferiu recentemente para os sauditas do Al Nassr é um dos 10 campeões entre os convocados, enquanto os guarda-redes Edu Sousa (El Pozo Murcia, Esp) e André Correia (Benfica), assim como os alas Edmilson Kutchy (Benfica) e Lúcio Rocha (Benfica) se estreiam numa fase final de um Mundial.
E, considera o selecionador, ”haverá momentos para todos os jogadores”.
“Houve momentos para o Ricardinho, para o Bruno Coelho e para o Pany [Varela], como houve para o Tunha, para o Zicky, para o [Tomás] Paçó e para o André Coelho, que foi decisivo numa final”, recordou o selecionador português, complementando que essa “perceção do papel de cada um” é que torna Portugal uma equipa “muito forte”.
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