No âmbito de um almoço do International Club of Portugal, em Lisboa, que juntou empresários, mas também figuras relevantes do universo sportinguista, como os ex-presidentes Godinho Lopes e Sousa Cintra, os ex-candidatos à presidência Pedro Madeira Rodrigues e Pedro Baltazar, e o advogado Rogério Alves, antigo dirigente ‘leonino’, o ex-técnico do clube abordou o tema “Liderança na Multiculturalidade”.
Apesar de vinculado por uma cláusula de confidencialidade na rescisão de contrato com o clube de Alvalade, Jorge Jesus não deixou de responder às questões.
Reiterando a sua “paixão pelo jogo”, o treinador de 63 anos deixou outra garantia: “O que posso garantir é que a minha saída de Portugal tem um objetivo: voltar a Portugal, só não sei onde”.
Por diversas vezes, e de diferentes formas, o ex-treinador do Sporting foi questionado sobre a relação com o presidente do clube, Bruno de Carvalho. Sem abordar diretamente o Sporting, Jorge Jesus deixou a sua visão do que um treinador tem de fazer atualmente no futebol e as implicações que isso tem em relação ao líder máximo de um clube.
“O conhecimento prático de qualquer atividade tem a ver com o saber e o interpretar da responsabilidade que tem. O resultado de um presidente são resultados financeiros e desportivos. O treinador hoje não pode ser só treinador de campo, tem de conhecer muito mais. O que posso dizer é que não há um bom presidente sem um bom treinador e não há um bom treinador sem bons jogadores”, afirmou.
Sublinhando que a liderança “tem de estar também no ADN” de quem lidera, o técnico recusou contemplar um cenário em que troque os bancos de suplentes pelos bancos dos escritórios, na pele de presidente.
“Nem no Sporting, nem em clube nenhum. Ser presidente está fora de questão. A minha paixão é o jogo, o futebol, daí o salto para a Arábia Saudita. Não passa pelos meus objetivos e sonhos”, esclareceu, acrescentando sobre a saída de Portugal: “Não é fácil para mim, mas tenho de ir procurar os meus interesses profissionais, que são também financeiros.”
Por fim, Jorge Jesus recusou comprometer-se com um desejo sobre o próximo campeão, torcendo apenas pela justiça da competição, lembrando que “não vale tudo para ganhar” no futebol português.
“Tenho de ter respeito pelos três treinadores que possam estar nestes clubes. Primeiro está o futebol, que é a minha paixão. Sei que qualquer um dos três pode vencer e sei que os dois rivais estão mais perto. Foi uma luta e um legado que deixei: o Sporting está mais próximo dos dois rivais. Não tem importância para mim quem ganhar. Que seja um vencedor justo”, rematou.
Jorge Jesus formalizou na última terça-feira a rescisão de contrato por mútuo acordo com o Sporting, depois de três temporadas à frente da equipa de futebol dos ‘leões’ e pela qual conquistou uma Supertaça Cândido de Oliveira e uma Taça da Liga.
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