Ricardo Brancal, 22 anos, esquiador português, entra em ação na prova de Slalom Gigante na madrugada de 6ª feira (03h00 e 06h00), 8 de março, nas 29ª Universíada de Inverno, competição de desporto universitário que decorre na cidade de Krasnoyarsk, na Rússia, na região da Sibéria.
Três dias depois, o atleta-estudante volta a competir, no mesmo horário, na prova de Slalom, informa, em comunicado, a Federação Académica do Desporto Universitário (FADU).
Licenciado em Ciências Biomédicas pela Universidade da Beira Interior (UBI) e a frequentar o mestrado em Engenharia Biológica no Instituto Superior Técnico (IST), na Universidade de Lisboa, é o terceiro português a participar numa Universíada de Inverno, evento desportivo ao qual Portugal regressa 24 anos depois.
Pedro Flávio representou o país em 1995 (Jaca, Espanha) nas competições de Slalom e Slalom Gigante e quase três décadas antes, em 1966 (Sestriere, Itália), enquanto Rosa Lã foi a primeira portuguesa a competir, em Downhill.
Treinar em Espanha e França com pensamento a longo prazo nos JO de Inverno
Natural da Covilhã, por falta de condições naturais em território nacional, devido aos treinos, dividiu, nos últimos anos, a estadia entre França e Espanha.
Para esta prova na Sibéria, Ricardo Brancal, que reside na cidade com vista para a Serra da Estrela, submeteu-se a "quatro dias de treino na Serra Nevada, em Espanha", dividido em "dois de Slalom Gigante e dois de Slalom", esclareceu, em declarações ao SAPO24. Tem sido, aliás, nas montanhas da região de Granada que tem treinado nas últimas três épocas. Antes, os treinos decorriam em La Mongie, Bareges (nos Pireneus franceses).
O objetivo para esta competição passa por "conseguir a melhor classificação possível", uma ambição que se estende a "todas as provas onde esteja envolvido", assume. "Estar no Top 70 já seria bom", reforça.
O sonho, "a longo prazo", passa por uma participação nos jogos Olímpicos de Inverno. "É algo que seria muito bom e é, com certeza, um objetivo", admite.
Da influência paterna aos quatro mundiais de esqui alpino
Brancal pratica esqui alpino "desde os 4/5 anos de idade", uma "prática incutida" pelo pai. A influência paterna alargou-se a "todos os outros desportos" onde compete, recorda. "Claro que a partir de uma certa idade, a decisão de continuar a competir em esqui alpino foi minha", esclarece.
Campeão universitário e campeão nacional por diversas vezes, Ricardo Brancal participa nas competições da Federação Portuguesa de Desportos de Inverno há mais de nove anos e soma no curriculum quatro campeonatos do Mundo de Esqui. Depois de Áustria, Schladming 2013, Noruega, Hafjell 2015 e Suíça, St.Moritz 2017, esteve presente nos últimos Mundiais de esqui alpino, que decorreram em Are, na Suécia, numa comitiva lusa que englobou Vanina de Oliveira, 16 anos e natural de França e Samuel Almeida, 21, nascido e residente na Suíça, ambos com passaporte português.
O melhor português no ‘ranking’ internacional da disciplina de Slalom Gigante, classificou-se, então, na 48.ª e última posição na final de Slalom.
O Universíada é um evento multidesportivo internacional, organizado para estudantes-atletas até 25 anos pela Federação Internacional do Desporto Universitário e realiza-se de dois em dois anos.
A 29ª edição do Universíada de Inverno reúne 3000 estudantes-atletas de mais de 50 países, distribuídos por 11 modalidades (nove modalidades olímpicas e duas não olímpicas) — bandy, biatlo, curling, esqui alpino, esqui cross-country, esqui estilo livre, patinagem artística, patinagem de velocidade em pista curta, hóquei no gelo, esqui de orientação e snowboard.
A missão lusa é coordenada pela FADU, em parceria com a Federação de Desportos de Inverno de Portugal.
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