Numa entrevista difundida pelo próprio Autódromo Internacional do Algarve (AIA) a propósito da terceira corrida da época 2021 do Campeonato do Mundo, que se realiza de 30 de abril a 2 de maio no Algarve, o campeão mundial em título recordou a vitória conseguida no ano passado em Portugal, que lhe permitiu superar o recorde de 91 vitórias que partilhava com o alemão Michael Schumacher.

“Honestamente, acho que não consigo descrever bem o significado da conquista, porque não me parece realidade. É completamente surreal: num momento estás em casa a ver o Michael ganhar todos os campeonatos, e no outro estás em pista, a correr com ele. De repente estás a substituí-lo e, depois, estás a igualar os seus recordes. É como se estivesse constantemente a questionar-me acerca de quando vou acordar deste sonho”, disse o heptacampeão mundial.

Hamilton admitiu ainda que “foi muito bom estar em Portugal” e que “a corrida foi espetacular”.

“Cesci a ver o Grande Prémio de Portugal no Estoril e, por isso, foi muito bom voltar a Portugal para competir. Também foi muito bom ver um novo grupo de fãs, que já não víamos há bastante tempo”, disse o britânico.

O piloto da Mercedes chega a Portugal na liderança do campeonato, mas apenas com um ponto de vantagem sobre Max Verstappen (Red Bull), já que tem 44 pontos contra os 43 do piloto dos Países Baixos.

Por isso, espera uma corrida muito disputada: “Desta vez já conhecemos o circuito e conhecemos o carro um pouco melhor, mas, uma vez que vamos a Portugal no início do ano, não sei se vamos encontrar um clima fresco como o ano passado ou se vai estar mais calor. Suponho que a Red Bull vá ser bastante forte em Portimão, pelo que vai certamente ser um bom desafio e uma boa corrida.”

Lewis Hamilton revelou ainda que o segredo para a vitória conseguida em 2020, ano em que o circuito algarvio acolheu uma prova de Fórmula 1 pela primeira vez, devido às alterações no calendário provocadas pela covid-19, foi ter conseguido manter-se calmo.

“A chave para a performance em Portugal foi manter-me calmo e ponderado e não cometer erros. Foi não desistir e encontrar o meu ritmo. Começar por ir com calma e, depois, focar-me em dar o máximo”, garantiu.

O piloto britânico considera que o AIA é, agora, um dos seus circuitos favoritos.

“É uma pista fantástica onde conduzir. Existem áreas onde não conseguimos ver as saídas, as subidas e as descidas, e em certas alturas vemos apenas o céu. É uma combinação incrível de curvas, com o bónus de conseguirmos seguir e ultrapassar os outros carros. O circuito de Austin é um dos meus favoritos, mas Portugal juntou-se agora ao top”, revelou.

Apesar de ser fã de MotoGP, a queda sofrida pelo espanhol Jorge Martin (Ducati) no recente GP de Portugal (18 de abril) tirou-lhe a vontade de experimentar rodar em duas rodas.

“Vi que alguém caiu da mota na curva 1 e não sei se também quero experimentar”, disse.

O GP de Portugal regressa este ano ao campeonato devido aos adiamentos dos grandes prémios da Argentina e dos Estados Unidos provocados pela pandemia do novo coronavírus.

Realiza-se de 30 de abril a 2 de maio, no Algarve.