“A linguagem usada é degradante, muitas vezes ameaçadora e ilegal”, escreveram os líderes do futebol inglês, incluindo da Associação de Futebol (FA) e da Premier League, ao diretor-executivo do Twitter, Jack Dorsey, e ao presidente do Facebook, Mark Zuckerberg.

Em causa está a indignação crescente em torno do facto de os futebolistas da Premier League e da Superliga feminina serem alvo de abusos no Twitter, Instagram e Facebook, o que “causa angústia aos destinatários e à grande maioria das pessoas que abominam o racismo, o sexismo e a discriminação de qualquer tipo”.

“Tivemos muitas reuniões com os seus executivos ao longo dos anos, mas a realidade é que as suas plataformas continuam a ser um paraíso para abusos. A sua inação criou a crença nas mentes dos perpetradores anónimos de que eles estão fora do alcance”, referem.

O racismo tem sido direcionado ‘online’ para os jogadores do Manchester United Marcus Rashford, Axel Tuanzebe, Anthony Martial e Lauren James nas últimas semanas, bem como contra colegas de profissão de outros clubes.

“Como nas últimas semanas vimos os níveis de abuso violento e ofensivo de usuários [das redes sociais] dirigidos a jogadores de futebol e dirigentes, pedimos que, por razões de decência humana básica, sejam tomadas medidas para acabar com isso”, escrevem os dirigentes.

O Sindicato internacional de futebolistas (FIFPro) também já tinha pedido às entidades públicas que apliquem de forma urgente medidas de proteção efetiva contra o racismo e discurso de ódio existente nas redes sociais.

Em comunicado, a FIFPro lembra que plataformas como o Twitter, Instagram e Facebook fazem parte da vida dos futebolistas e de outros desportistas, mas que estas “não abordaram de maneira firme e inequívoca” os comportamentos abusivos.

“Os futebolistas continuam a ser vítimas de um número elevado de abusos racistas, aberrantes e discriminatórios, ainda que ajudem a chamar a atenção sobre importantes problemas sociais”, refere o sindicato.

O organismo alerta ainda que “mais de 40% dos jogadores em Inglaterra são vítimas de racismo online”.

Um cenário que leva o FIFpro a pedir medidas, mostrando-se disposto a colaborar com a Comissão Europeia e o Parlamento Europeu, os governos nacionais e as organizações internacionais, no sentido de acelerar a adoção de normas de proteção.

“Necessitamos urgentemente que as autoridades, nacionais e internacionais, intervenham e colaborem para que estas empresas limpem as suas plataformas e eliminem a aberrante discriminação que continua a contaminar as redes públicas, bem como as vidas pessoais, em todos os continentes”, assinalou o secretário-geral da FIFPro, Jonas Baer-Hoffman.

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