O azul e o branco predominam na segunda pele dos atletas olímpicos portugueses que representarão Portugal nos Jogos Olímpicos Paris2024.
Nas chegadas do Terminal 1 do aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, 12 dos 44 atletas já com carimbo no passaporte para as olimpíadas na capital francesa, desfilaram ao lado de modelos profissionais para mostrar, em estreia, os trajes e os equipamentos que a Equipa Portugal vai vestir em Paris 2024: Filipa Martins (Ginástica), Bárbara Timo e Patrícia Sampaio (Judo), Angélica André (Natação), Eliana Bandeira, Rui Pinto, Susana Godinho, Pedro Buaró, Tiago Pereira e Evelise Veiga (Atletismo), Eduardo Marques (Vela) e Miguel Frazão (Esgrima).
Numa vintena de mudas de roupa para a menina e para o menino produzida e desenhada pela marca portuguesa Decenio, fardas onde o vermelho aparece amiúde e o verde só mesmo num par de golas, há uma farta variedade na indumentária oficial.
Para todos os estilos e gostos, há calças, saias e calções, fatos de treino e de banho, casacos, polos, camisas, t-shirts e manga cava, feitios lisos e pincelados ao estilo de Jackson Pollock, trajes monocromáticos e bicromáticos, mochilas e sacos a tira colo, ténis da Joma e a que não falta os óculos escuros da Shamir.
Há manuscritos de crianças impressos em camisas com um verso de incentivo. “Aqui começa a vitória/ Com o teu nome gravado na história/ Pois eterna será a glória/ Em Paris e na memória” salpicam no meio de corações, bandeiras de Portugal, símbolo do Comité Olímpico de Portugal (COP), os cinco anéis e coroas de oliveira.
O lettering de PORTUGAL atravessa nuns casos o corpo inteiro e está escrito em todas as peças de vestuário por cima de todos os corações com bilhete marcado para a Cidade do Amor.
Medalhas: o adereço mais desejado no regresso
E foi a ver corações suspensos no ar e colados à improvisada passerelle que os atletas olímpicos desfilaram vestidos a rigor com um pensamento e ambição, pelo menos de alguns: regressar de Paris com o adereço mais desejado ao peito, seja de bronze, prata ou ouro.
“É sempre possível sonhar com medalhas. É com isso que eu sonho, é uma meta que sei que posso alcançar, tenho trabalhado muito para isso”, assegurou a judoca Bárbara Timo, vontade partilhada pela colega de tatami, Patrícia Sampaio. “Evoluí desde os meus primeiros Jogos, em Tóquio, e gostava muito de estar numa disputa de medalhas em Paris”, disse à margem do desfile.
Para Angélica André, natação em águas abertas, a medalha de bronze nos Mundiais, em Doha, abre-lhe as expectativas para Paris. “A medalha traz-me um bocadinho de responsabilidade, mas também o sonho”, sublinhou a nadadora com contas a ajustar com os Jogos Olímpicos. “O primeiro objetivo é poder vingar-me de Tóquio (17.ª). Claro que, depois de um Mundial extraordinário que tive em fevereiro, não vejo que haja impossibilidade de alcançar mais do que o que tive em Tóquio e esperar um grande resultado”, assumiu.
Tiago Pereira tem os pés bem assentes na terra, apesar das ambições de lutar sempre por ser o número 1. “A competição de triplo salto posso dizer que vai ser uma das melhores da história. Vai ser difícil chegar ao nível das medalhas, tenho de saltar cerca de 40 centímetros acima do meu recorde atual”, disse.
Igualmente realista, a ginasta Filipa Martins, a caminho da terceira olimpíada, aponta à meta da superação, uma das bandeiras dos Jogos Olímpicos. “(O objetivo) É sempre nos superarmos a nós próprios. O nosso objetivo principal é sempre a final all around e isso já acaba por ser também o melhor (resultado) se conseguirmos”, assumiu aos jornalistas no fim do desfile da Moda Paris 2024, quando faltam mais de dois meses do arranque da mais mediática competição planetária.
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