O Benfica joga hoje o seu futuro na Liga dos Campeões. Após a derrota, na primeira-mão, diante do Inter de Milão, por 0-2, os encarnados terão de fazer melhor no Giuseppe Meazza, em Milão. Só assim podem sonhar com a presença nas meias-finais da liga milionária. Não será nada fácil, dado que até ao momento, os nerazurri nunca perderam esta época por mais do que dois golos de diferença.

Em Itália, há, contudo, pelo menos duas equipas que venceram o Inter de Milão, marcando três golos, os mesmos que o Benfica precisa (sem precisar da lotaria das grandes penalidade) para seguir em frente, e sem sofrer nenhum. Udinese e Lazio de Roma bateram os rivais dos encarnados por 3-1 (resultado que não chega para o clube português) e provam que a formação de Lukaku e companhia tem algumas debilidades, sobretudo defensivas. Ao SAPO24, dois jogadores que passaram pelo campeonato português e jogam agora nessas duas equipas que bateram o Inter de Milão, explicam como o fizeram.

“O Inter é uma grande equipa, tem um grande plantel. Não é fácil vencê-los, sobretudo em casa, mas tudo pode acontecer. Eles costumam fazer muita pressão, pressão alta, se o adversário tiver jogadores rápidos, podem ter problemas na defesa. Nós defendemos muito bem e acabámos por gerir, marcando dois golos perto do final da partida. O Inter ficou mais cansado e depois tínhamos jogadores rápidos que fizeram a diferença no final”, assinalou o argentino Nehuén Pérez, dando um exemplo de um futebolista que pode ser determinante no Benfica.

“Rafa? Sim, sim, muito rápido, pode ser um problema. O Darwin [transferido este ano para o Liverpool], por exemplo, seria importantíssimo num jogo destes, mas o Benfica tem outros bons jogadores”, disse ao SAPO 24 o ex-jogador do Famalicão, que, ainda assim, também vê muitos problemas para o Benfica.

“Uma vitória por 2-0, fora de casa, na Liga dos Campeões, motiva muito. Além de ter de vencer por mais de dois golos, o Benfica tem de superar a motivação do Inter. A motivação do Benfica tem de ser duas vezes maior que a do Inter, tem de ser a dobrar. Só assim será possível. Vai ser preciso correr também muitos riscos, pelo que o Benfica tem de estar preparado também para sofrer em contra-ataque. É um sonho estar nesta fase da Champions e para seguirem em frente é preciso continuar a sonhar. Complicado é, muito, mas nada é impossível”, disse o argentino.

Eles costumam fazer muita pressão, pressão alta, se o adversário tiver jogadores rápidos, podem ter problemas na defesa. Rafa pode ser um problema para o Inter de MilãoNehuén Pérez

Quem também sabe o que é ganhar ao Inter, marcando três golos, é o brasileiro Felipe Anderson. O ex-FC Porto foi um dos obreiros da primeira derrota dos nerazurri na presente época. Para o confronto desta noite, o avançado vê os italianos favoritos.

“São mais fortes, na minha opinião. A época não correu bem ao Inter em Itália, tiveram algumas lesões, mas têm um grande plantel, muitas opções. Depois de um 2-0 será difícil para o Benfica. Nada é impossível, claro, mas será preciso fazer muito mais do que fizeram em Lisboa”, afirmou Felipe Anderson, que, no entanto, não vê a eliminatória totalmente decidida.

“É complicado superar um 2-0 em Itália, ainda por cima diante de uma equipa como o Inter, mas é sempre possível. O que é preciso? Marcar golos, marcar em todas as oportunidades, pois o Inter não vai dar muitas oportunidades, sabem que é melhor defender do que ir à procura de marcar mais golos. Se o Benfica marcar cedo e aproveitar praticamente todas as oportunidades, isso deixará o Inter nervoso”, salientou o jogador de 30 anos.