“Apostaria na equipa europeia para vencer o Mundial de Clubes, que neste caso é o Liverpool, mas a verdade é que o Flamengo é capaz de ter uma palavra a dizer. Nas outras equipas não acredito”, considerou Manuel José, de 73 anos, em declarações à agência Lusa.
Manuel José foi o único treinador português antes de Jorge Jesus a disputar o Mundial de Clubes, prova que sucedeu à Taça Intercontinental, que o FC Porto ergueu por duas vezes, em 1987 e 2004, e regista como melhor resultado o terceiro lugar em 2006, numa das três edições que disputou (2005, 2006 e 2008).
“Para o Jorge Jesus é um momento importantíssimo, que é o representante português na prova. O Jesualdo Ferreira também podia lá estar [pelo anfitrião Al-Sadd], mas veio-se embora [substituído por Xavi Hernández]”, referiu o treinador.
Manuel José considerou a presente edição do Mundial de Clubes como “mais um momento de sucesso para o futebol português, que está em alta não só com a presença de jogadores, mas também de treinadores, em praticamente todos os campeonatos mais competitivos do mundo”.
“Os treinadores portugueses trabalham praticamente em todos os continentes e têm um trabalho de sucesso. Segundo as estatísticas, temos 172 jogadores a jogar fora de Portugal e muitos deles nos melhores campeonatos da Europa e do mundo”, considerou.
O treinador destacou algumas conquistas recentes de treinadores portugueses, como a de Hélio com o Bahrain na Taça do Golfo.
De acordo com Manuel José, a escola portuguesa de futebol é de nível internacional, como atestam os sucessos das academias do Sporting e do Benfica, que se contam entre as melhores do mundo, e os treinadores nacionais “têm dado cartas em todo o lado e principalmente no continente europeu”.
“Com esta história de Jorge Jesus [campeão brasileiro e vencedor da Taça Libertadores], os brasileiros tiveram de meter a viola no saco”, disse ainda Manuel José, referindo-se às críticas de que o treinador foi alvo quando começou a trabalhar no Flamengo.
Segundo Manuel José, para criticar a presença de Jorge Jesus, “os brasileiros diziam que tinham inventado o futebol, mas não é verdade, pois foram os ingleses”, lembrando que os ‘canarinhos’ “foram bons durante muitos anos”, “mas agora o trabalho das academias é fundamental”.
“Era como as pevides em clima tropical em que a gente cospe uma para o chão e nasce uma árvore ou um arbusto, mas agora já não aprecem em catadupa os jogadores talentosos como apareciam, porque isso se deve ao trabalho das academias”, explicou.
Manuel José alertou ainda para um fator a ter em conta para a presente edição do Mundial de Clubes, para além do fuso horário do Qatar, que tem a ver com o calendário competitivo europeu ser mais exigente do que o da América do Sul ou da Ásia, e que isso pode pesar no desfecho dos jogos.
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