Os nadadores norte-americanos Gunnar Bentz e Jack Conger deslocaram-se ao aeroporto do Rio de Janeiro para embarcar de regresso aos Estados Unidos, depois do fim das provas de natação nos Jogos Olímpicos do Rio, mas não foram autorizados a prosseguir a viagem. A polícia brasileira tem neste momento em curso uma investigação relacionada com uma denúncia de assalto destes atletas, que está a gerar suspeitas por existirem várias contradições entre os depoimentos dos nadadores americanos.
Ao serem levados para a esquadra, Bentz e Conger acabaram por não dizer mais nada sobre o suposto assalto que teriam sofrido juntamente com os nadadores Ryan Locthe e James Feigen.
Gunnar Bentz & Jack Conger pictured at Rio Airport after being removed from flight to US https://t.co/VkjpNvddVX pic.twitter.com/3CqFiYcoFi
— Daily Mail US (@DailyMail) 18 de agosto de 2016
Sábado à noite, no Rio de Janeiro, Ryan Lochte foi a uma festa no "Club France" na zona sul do Rio e apanhou um táxi com outros três atletas até à Vila Olímpica. Depois disto surge um conjunto de contradições que não agradaram à polícia brasileira. Lochte garantiu que o táxi foi mandado parar por um homem vestido de polícia e com uma arma, que lhe roubou a carteira com 400 dólares (cerca de 350€), mas os seus companheiros não alinharam no mesmo discurso e falam num grupo de vários homens. Um deles diz que não se lembrava bem do que tinha acontecido, atribuindo isso ao excesso de álcool que tinha consumido.
Também a hora a que chegaram à Vila Olímpica gerou suspeitas, Lochte garante que saiu da festa por volta das 4h da madrugada de domingo, mas as câmaras do espaço "Club France" registam a saída dos atletas às 5h45, e as câmaras da Vila Olímpica registam a entrada dos atletas na zona do detetor de metais às 6h56 locais.
Num vídeo divulgado pelo britânico Daily Mail, é possível identificar os quatro nadadores a passarem o controlo de segurança e Lochte chega a brincar com Feigen, batendo com a sua credencial na cabeça do colega, situação que para a juíza que investiga o caso Keyla Blanc de Cnop, do tribunal especial para adeptos e grandes eventos, mostra que os atletas "chegaram com as suas identidades físicas e psicológicas inabaladas" e que tal comportamento é suspeito, pedindo ao Ministério Público Brasileiro que investigue uma falsa comunicação de crime.
Pictured: Shaken Ryan Lochte after gunpoint robbery at #Rio2016 https://t.co/d4q6PCcJx6 pic.twitter.com/RLfttzs5D7
— Daily Mail US (@DailyMail) 16 de agosto de 2016
Ryan Lotche acabou por conseguir abandonar o Rio de Janeiro antes de lhe ser retirado o passaporte, já James Feigen ainda permanece no Brasil e continua a ser monitorizado pelas autoridades brasileiras. Numa entrevista dada via telefone à televisão americana NBC, Lotche diz que "está a ser tratado como suspeito quando é a vítima".
A falsa comunicação de um crime está previsto no Código Penal Brasileiro, sendo punido com uma pena de prisão de um a seis meses ou multa.
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