Em Berlim2009, uma adversária dopada – como se veio a saber mais tarde – impediu-a de receber a devida medalha de bronze do comprimento, num estádio olímpico lotado. Agora, a ‘compensação’ muito pouco se aproxima, num estádio Khalifa quase deserto, ao início da tarde.
Mas “soube muito bem”, afirna a antiga atleta, à beira de fazer 40 anos e que muitas vezes ‘esbarrava’ no quarto posto, à beira do pódio por muito poucos centímetros, como foi o caso de Berlim, há uma década.
“Quando chamaram o meu nome para o pódio, o coração começou a bater mais, quase que emocionava, revivi por instante a competição de há 10 anos. Uma competução muito dura, muito emocional, após os Jogos Olímpicos de 2008, onde eu falhei”, comentou a antiga atleta, após receber a medalha.
Em Berlim, a medalha “era muito importante, independentemente de ser bronze, prata ou ouro”. “Lutei para o ouro, mas não o consegui, infelizmente fiquei em quarto, outra vez. Fiquei muito chateada comigo, com a situação. Fiquei triste, mas tive de superar”, acrescentou.
“Superei e continuei e ganhei mais medalhas, e terminei a minha carreira. 10 anos depois, cá estou eu. Mas estar aqui e ver o estádio vazio, não sentir aquela vibração, a adrenalina, isso foi ‘roubado’, obviamente… mas passou”, reconhece a ainda recordista nacional do salto em comprimento.
“Repuseram a verdade, vale o que vale, também para que os outros atletas percebam que se fizerem batota mais cedo ou mais tarde vão ser apanhados. Ela (a russa Tatiana Lebedeva, desclassificada), está feliz da vida, não foi prejudicada, já acabou a carreira”, disse ainda.
A rir, remata: “eu ainda gostava de ganhar uma medalha de ouro assim, sem fazer nada… estou a brincar, isso não é nada ‘meu’.”
Em 2009, em Berlim, Naide saltou 6,77 metros, terminando em quarto lugar, atrás da norte-americana Bittney Reese (7,10), da russa Lebedeva (6,97) e da turca Karin Melis (6,80). Após a desclassificação de Lebedeva, Naide Gomes ascendeu ao terceiro lugar e Melis ao segundo.
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