Os campeões Los Angeles Lakers estão diferentes, para pior?
Duas derrotas nos primeiros cinco jogos, diante dos rivais L.A. Clippers e dos Portland Trailblazers, fizeram soar os alarmes em Los Angeles. As contratações feitas pelos campeões neste defeso pareciam ser apostas claras para substituir, de forma direta, os nomes que saíram da equipa que conquistou o 17.º título da organização, em outubro passado, na "bolha" de Orlando. Repetir a fórmula do sucesso fazia todo o sentido.
No entanto, o treinador Frank Vogel acedeu ao desejo de Dennis Schröder e integrou o base alemão no cinco inicial, obrigando LeBron James a voltar à posição de extremo, quando se pensou inicialmente que Schröder seria o substituto natural de Rajon Rondo na segunda unidade, da mesma forma que o poste Marc Gasol e o extremo Wesley Matthews ocupariam os lugares de JaVale McGee e Danny Green entre os titulares. A introdução do germânico no cinco altera esquemas defensivos e ofensivos, retira a bola da mão (e a tomada de decisão) de LeBron e obriga a adaptações por parte de todos. E, a partir do banco de suplentes, é preocupante a falta de capacidade defensiva de Montrezl Harrell - uma sombra nesse lado do campo, em comparação com Dwight Howard -, sobretudo para alguém com tantos minutos dentro das quatro linhas.
Tudo somado, há motivos para deixar os adeptos do "purple and gold" a roer as unhas por estes dias, mas a fase regular é longa. O próprio Vogel admite que ainda não encontrou o melhor cinco para fechar as partidas e alguns ajustamentos serão feitos pela equipa técnica, pelo que não deve haver motivos para duvidar do favoritismo dos campeões.
A melhor versão dos Miami Heat ficou na "bolha" de Orlando?
Com dois desaires em quatro partidas, o conjunto orientado por Erik Spoelstra parece uma versão light da formação que marcou presença nas finais da NBA da última época. Na "bolha", os Heat apresentaram o 4.º melhor ataque e a 8ª melhor defesa, entre as 22 equipas que estiveram em Orlando. Nestes quatro encontros inaugurais de 2020/21, têm o 21.º ataque e a 21ª defesa, entre as trinta equipas da liga. Sim, ficou na retina o recente massacre às mãos dos Milwaukee Bucks (derrota por 97-144, incluindo um recorde da história da NBA de 29 triplos sofridos), mas 24 horas depois a equipa da Flórida redimiu-se e superou o 2x MVP Giannis Antetokounmpo e companhia.
O mês de janeiro vai testar os renovados Heat - saídas de Jae Crowder, Derrick Jones Jr. e Dion Waiters e entradas de Avery Bradley, Maurice Harkless e do «rookie» Precious Achiuwa -, com doses duplas frente a Boston Celtics, Philadelphia 76ers, Toronto Raptors e Brooklyn Nets, e jogos fora de casa contra Dallas Mavericks, Denver Nuggets e Los Angeles Clippers. E Spoelstra vai provar que merece todos os elogios de que foi alvo no recente inquérito aos general managers das 30 equipas da competição, já que recebeu a maioria dos votos para melhor treinador da NBA (46%), melhor treinador a gerir e motivar atletas (32%) e melhor treinador a fazer ajustamentos nos jogos (26%).
Steph Curry insuficiente para levar os Golden State Warriors aos playoffs?
Klay Thompson e Marquese Chriss vão falhar toda a época devido a lesões e o arranque de temporada está a expor muitos problemas da equipa de São Francisco - nos dois lados do campo. Na primeira semana de prova, foram o 5.º pior ataque e a 6ª pior defesa de toda a liga, registaram eficácias baixas (39.9 FG% e 32.9 3P%) e mostraram-se demasiado dependentes das prestações individuais de Steph Curry. O base marcou apenas 14 dos 44 triplos tentados até agora, ou seja, com uma taxa de sucesso de apenas 31.8% no tiro exterior, o que é manifestamente pouco para quem regista 43.4% ao longo da carreira e é considerado por muitos como o melhor lançador da história do jogo. Mas é preciso dar tempo ao tempo. Draymond Green ainda não se estreou, James Wiseman está a dar os primeiros passos como profissional e a dupla Kelly Oubre Jr. e Andrew Wiggins não tem sido ameaça suficiente para Curry se libertar das amarras defensivas dos adversários.
Para estarem na luta pelos playoffs num Oeste fortíssimo, é preciso alinhar todos os astros: um Curry com temporada de nível MVP, um Green na sua melhor versão, um Wiseman a arrebatar o prémio de Rookie do Ano, épocas de carreira para Oubre e Wiggins, e um Steve Kerr com capacidade para espremer um banco de suplentes muito curto ao nível do talento (Brad Wanamaker, Kent Bazemore, Damion Lee, Eric Paschall e Kevon Looney). A entrada direta nos primeiros seis lugares de playoffs é improvável, mas o acesso via torneio play-in é possível.
Luka Dončić perdeu a magia e os Dallas Mavericks vão desiludir?
Ainda é o principal candidato a MVP, pelo menos de acordo com as principais casas de apostas, mas os primeiros jogos da nova época têm mostrado um Luka Dončić pesado, fora de forma e com dificuldades em colocar o seu melhor jogo em campo, como provam os 9.5% de eficácia no lançamento de três pontos (2 triplos marcados em 21 tentativas). A superestrela dos texanos não quer arranjar desculpas, mesmo sentindo que está com as pernas mais pesadas do que o habitual. Por sua vez, o treinador dos Dallas Mavericks, Rick Carlisle, diz que Luka não desanima quando as coisas lhe saem menos bem e até o dono da equipa, Mark Cuban, confessa que já esperava um Dončić sem ritmo, depois de uma offseason sem jogos internacionais pela seleção da Eslovénia.
Escrevemos, na semana passada, que 2021 tem tudo para ser o ano do "Wonder Kid" e, depois de o próprio ter assumido que melhorar o lançamento longo está no topo da sua lista de prioridades para 2020/21 - nas duas primeiras épocas na NBA, Luka Dončić registou 31.7% de eficácia -, esta terá sido apenas uma entrada em falso e o melhor ainda está para vir. Com o virar do ano no calendário e o regresso previsto de Kristaps Porzinģis para janeiro, os adeptos dos Mavs poderão cantar outra vez o «HalleLuka».
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