Depois da vitória frente ao Santa Clara a contar para o campeonato nacional, o Sporting CP apresentou-se em Londres para o jogo frente ao Arsenal a contar para a 4.ª jornada da fase de grupos da Liga Europa com algumas surpresas. Miguel Luís foi o substituto de Battaglia (que se lesionou gravemente na partida frente aos açorianos) e aos 19 anos estreou-se a titular pela equipa principal do Sporting CP (e logo frente ao gigante londrino), Bas Dost começou no banco e o ataque ficou entregue a Nani, Diaby e Montero.

Do lado do Arsenal, Unai Emery fez também algumas poupanças: mudou 9 dos titulares que defrontaram o Liverpool na última jornada da Premier League (só Mkhitaryan e Holding “sobreviveram”), deixou Lacazette e Ozil na bancada e iniciou a partida com Aubameyang no banco.

O jogo começou morno e um dos principais destaques daquilo que se passava dentro do Emirates Stadium eram... os adeptos do Sporting CP. Mais de 5.000 “inundaram” o estádio do Arsenal e fizeram-se ouvir do início ao final da partida, numa demonstração clara de que o arranque meio aos solavancos do conjunto leonino não faz esmorecer a sua massa adepta.

Foi preciso esperar até aos 17 minutos para a primeira jogada de verdadeiro perigo da partida. A um cruzamento da direita de Guendouzi, Wellbeck respondeu com um toque de calcanhar; Renan consegue tocar na bola mas apenas a amorteceu, visto que a mesma continuou a seguir o caminho da baliza. Valeu Coates, que alivou o esférico quando este estava já bem peto da linha de golo.

Sem Ozil, o meio-campo arsenalista ficou entregue ao jovem francês Guendouzi e a Aaron Ramsey, o homem da maldição dos golos “mortíferos”. Eram estes os dois homens que iam controlando a partida, visto que o Sporting CP desde muito cedo fechou-se na sua defesa, muitas vezes no último terço do campo. Foi, aliás, um jogo em que os leões tiveram sempre mais coração e raça do que propriamente discernimento na hora de tentar visar a baliza do veterano Petr Cech.

A finalizar a primeira parte, e já depois da saída de Wellbeck (por lesão aparentemente grave) para a entrada de Aubameyang, a realização portuguesa do encontro mostrou uma estatística de posse de bola que deixava bem patente como estava o jogo em Londres: 75% para o Arsenal, a restante para o Sporting, que praticamente não existiu a nível ofensivo na primeira parte.

E se a primeira metade foi assim, o primeiro minuto da segunda trouxe a mesma toada da primeira. Logo a abrir, um cruzamento da direita de Mkhitaryan encontra o pé direito de Aubameyang, que remata com muito perigo e a fazer balançar a rede, ainda que do lado de fora.

A esta jogada o Sporting CP também respondeu, sem conseguir, contudo, acertar na baliza. Um cruzamento na esquerda do ataque (um dos raros, diga-se...) leonino encontrou Diaby; o maliano tentou um remate de pé esquerdo que, no entanto, embateu no corpo de Jenkinson, evitando que os leões criassem verdadeiro perigo pela primeira (e única...) vez na partida.

Até final do encontro o Arsenal continuou a carregar e a dominar as operações, sendo notório que o ritmo do encontro foi baixando, algo que o Sporting CP, mesmo com as entradas de Bas Dost e Jovane, não conseguiu aproveitar para sair em contra-ataque (e que as estatísticas da partida deixam latente).

E o jogo parecia controlado até um quase-golpe-de-teatro perto do fim: com menos de cinco minutos para os 90’ um passe atrasado de Bruno Fernandes “isola” Aubameyang. No meio dos centrais dos leões, o gabonês tentou controlar e encaminhar-se para a baliza, só que foi rasteirado à entrada da área por Mathieu. O francês foi expulso, o livre não criou o perigo mas se os leões estavam recuados desde o início da partida, mais ainda ficaram depois de ficar com menos um jogador.

Com o final da partida termina também a passagem de Tiago Fernandes pelo cargo de treinador dos leões: uma vitória frente ao Santa Clara e um empate frente ao Arsenal ficam então no currículo do jovem treinador (37 anos), que comandou a equipa principal do Sporting CP após a saída de José Peseiro. O senhor que se segue? Marcel Keizer, oficializado pouco tempo depois do final da partida em Londres.

Bitaites e postas de pescada

O que é que é isso, ó meu?

Bruno Fernandes é muitas vezes conhecido pela sua capacidade de remate, mas também de passe. Ora, perto do final, o médio leonino fez de facto aquilo a que se pode chamar um grande passe. O problema é que em vez de isolar Bas Dost, Diaby ou Montero, isolou... Aubameyang. O resultado? Mathieu expulso e os leões a jogarem com menos um no período final da partida.

Tiago Fernandes, a vantagem de ter duas pernas (fora de campo)

Num jogo em que os leões não criaram perigo, destacar o treinador será boa ideia? Bom, a verdade é que Tiago Fernandes conseguiu algo que o Sporting CP não conseguia há 7 anos: não sofrer um golo fora em jogos das competições europeias. Além disso, garantir um ponto em casa do Arsenal (ainda que os Gunners tenham descansado Ozil, Bellerin ou Lacazette) é um bom resultado e que abre boas perspetivas para os leões na passagem à próxima fase da competição – um ponto na deslocação ao Azerbaijão no final do mês, quando for defrontar o Qarabag, basta para garantir um lugar nos 16-avos de final da Liga Europa.

Fica na retina o cheiro de bom futebol

Ainda nem estávamos com 10 minutos de jogo quando Acuña, apertado na área por um jogador dos Gunners, fez um túnel ao mesmo e soltou a bola na frente em Nani para um contra-ataque leonino que eventualmente acabou por não dar em nada. Ainda assim, muita confiança do argentino: depois de um início de época titubeante, os últimos jogos têm mostrado um Acuña todo-o-terreno e com a corda toda.

Nem com dois pulmões chegava à bola

Mathieu é aquilo a que muitos podem considerar um “falso lento”. Contudo, o central francês que já foi chamado de “o defesa mais rápido que Messi”, não conseguiu apanhar Aubameyang quando este se preparava para se isolar na cara de Renan, bem perto do final do jogo. A alternativa foi rasteirar o gabonês e ir mais cedo para os balneários, desfalcando os leões no próximo compromisso europeu.

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