Em 1998, no Mundial disputado em França, num jogo ainda da fase de grupos, a Inglaterra, treinada por Glenn Hoddle, bateu a Colômbia, por 2-0, um resultado que deixou de fora da fase seguinte os colombianos, sob o comando de Gomez Jaramillo, que tal como Hoddle tinha sido jogador.
No banco inglês esteve Gareth Southgate, jogador do Aston Villa, Cristal Palace e Middlesbrough e atual selecionador inglês. Do lado contrário estava nesse jogo, igualmente sentado no lugar reservado aos suplentes, Faustino Asprillia, avançado então a jogar no Newcastle e companheiro de Alan Shearer (ponta de lança inglês titular na partida) no clube britânico.
Os dois avançados, Asprillia e Shearer, entram na história, 20 anos depois, na competição disputada na Rússia (2018), porque o primeiro decidiu desafiar o segundo com uma aposta de “revanche” sobre o sucedido em França.
E perdeu a aposta. A Inglaterra, volta a ganhar e passou para os quartos-de-final na marcação das penalidades (1-1 no tempo regulamentar), num campo onde foram eliminados em seis das últimas sete vezes em que tal sucedeu em competições internacionais, mas que o técnico Southgate (que no europeu de 1996 falhou uma penalidade contra a Alemanha) treinou desde março. Deu resultado
O jogo Inglaterra-Colômbia, dos oitavos-de-final, marcado para as 21h00 (19h00, em Portugal) no Estádio do Spartak começou em Moscovo bem cedo. E desde logo pelas primeiras impressões parecia que a seleção da América da Sul jogava em casa.
Bem no coração de Moscovo, na Praça Vermelha, só se via amarelo. Adeptos da equipa da Rosa, nem vê-los, quanto mais ouvi-los. Estranho, para adeptos tão fiéis que acompanham a seleção inglesa para qualquer ponto da geografia mundial.
Só ao redor do estádio se viu a bandeira com a Cruz de São Jorge (bandeira da Inglaterra) e uns aviões spitfire prontos a ajudar a derrotar a equipa que tem na frente um “Tigre” chamado Falcao, avançado cujo nome os adeptos Cafeteros não se cansam de entoar como um grito de guerra. Do país do “Chá das 5” havia quem deixasse um aviso: “oh, eh, oh, we’re drinking all your vodka (estamos a beber o vosso vodka todo)”.
Demasiada cafeína. Deu nervos e golo tardio
A primeira oportunidade de golo surgiu aos 15 minutos pela cabeça de Hary Kane, que rematou, sem ângulo, na pequena área. A Colômbia, que trocava a bola com “rodriguinhos” só por uma vez aqueceu as mãos do guarda-redes inglês, Jordan Pickford.
Ao longo do jogo todo, tempo regulamentar e prolongamento, os jogadores envolveram-se em algumas picardias, com os colombianos a necessitarem de uma boa dose de chá calmante, tantos foram os gestos a refilar com o árbitro norte-americano Mark Geiger: fosse a reclamar faltas a favor ou contra. E no banco sul-americano o argentino Jose Pekerman, a equipa técnica (quase toda da terra de Messi) e os suplentes pareciam ter molas. Sai uma falta, sai um salto em conjunto. Quanto a amarelos, seis para a Colômbia, dois para a Inglaterra. Faltas: 23 da Colômbia, 13, apontadas aos jogadores da Terra de Sua Majestade.
O golo inglês surgiu pelo pé de Kane, na marcação de uma grande penalidade aos 57 minutos, após sofrer falta de Carlos Sanchez.
O jogo rápido, e pelo ar, inglês ia colocando pressão nos Cafeteros. Só numa perda de bola no meio campo britânico, Cuadrado poderia ter empatado aos 80’. Depois da defesa da noite, já no período de descontos (cinco minutos), Mina, camisola 13, empatou de cabeça e levou o jogo para prolongamento. E a partir daí tudo foi diferente.
Ingleses pela quarta vez nos ¼ de final
No tempo extra a Colômbia acordou, em definitivo, e encostou os ingleses às cordas. Por terra e pelo ar. O jogo era para ser resolvido nesses 30 minutos, assim quiseram os colombianos. Os ingleses, com demasiada parcimónia, pareciam querer levar a partida para a marcação dos 11 metros. A confiança estava na cabeça do treinador da Rosa.
Vardy, num centro que deu canto e na sequência, Eric Dier, de cabeça, aos 114 deram o único sinal de perigo inglês no tempo de compensação.
Penalidades. “El Tigre” marcou e deu a primeira alegria aos colombianos.
Henderson falhou do lado inglês e Uribe copiou na falha (bola na barra). Bacca falhou igualmente (defesa de Picford) e Dier colocou os ingleses na fase seguinte onde vão defrontar a Suécia.
Os ingleses, campeões do mundo em 1966, seguem pela quarta vez (1986, 1990, 2002 e 2006) entre as 16 melhores equipas em competição.
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