“Claro que esperava fazer melhor marca, foi para isso que trabalhámos, de qualquer forma foi uma medalha paralímpica, um bronze”, disse o atleta, que partiu para a final como recordista do mundo, com 11,01 metros, e viu a sua marca ser batida três vezes.
Miguel Monteiro, atleta de baixa estatura, considerou que a competição “está com a fasquia muito elevada” e acrescentou: “Estamos todos cada vez melhor, hoje não saiu a marca que perspetivava, mas sairá um dia destes”.
O atleta de Mangualde alcançou o bronze com um lançamento a 10,76, ficando atrás de Denis Gnezdilov, do Comité Paralímpico da Rússia, que conquistou o ouro, com 11,16 e recorde do mundo, e do iraquiano Garrah Tnaiash, que foi prata, com um lançamento a 11,15.
“Sabia que o russo e o iraquiano, apesar de não terem marca este ano, estavam preparados para a prova”, afirmou Miguel Monteiro, que foi quinto nos Jogos Rio2016 e é o atual campeão europeu.
Gnezdilov e Tnaiash protagonizaram uma “luta” acesa pelo recorde mundial, com o russo a marcar 11,02 logo na primeira tentativa e a liderar o concurso até à última tentativa, na qual o iraquiano marcou 11,15, fazendo cair o recorde e assumindo a liderança da prova.
Na derradeira tentativa, Denis Gnezdilov fixou novo recorde mundial, com 11,16, assegurou o ouro e “empurrou” Garrah Tnaiash para a prata.
Miguel Monteiro entrou no concurso com um lançamento a 10,45, marcando, de seguida, dois nulos, que podem ter influenciado a prestação.
“Foi um bocado frustrante saírem aqueles dois nulos, no segundo e terceiro lançamentos, que depois influenciaram. O quarto (10,37) já foi mais seguro, mas a prova é assim. Não vale a pena olhar para isso. Tentei divertir-me prova e usufruir ao máximo”, afirmou.
O atleta português admitiu que depois de ter percebido que o bronze estava assegurado, arriscou tudo para conseguir chegar a um lugar mais alto do pódio.
“Quando vi que era certo o terceiro lugar, tentei arriscar tudo para conseguir uma melhor marca, não foi possível, fica para a próxima”, disse Miguel Monteiro.
Aos 20 anos, Miguel Monteiro olha para o futuro com esperança e empenhado em continuar a trabalhar: “Enquanto a saúde o permitir vamos continuar a trabalhar para atingir Jogos Paralímpicos, Mundiais, Europeus, com as melhores marcas possíveis”.
Miguel Monteiro, atleta da Casa do Povo de Mangualde, conquistou a 93.ª medalha para Portugal, 54.ª para o atletismo, em 11 participações em Jogos Paralímpicos.
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