O Presidente do Comité Paralímpico de Portugal diz que a preparação dos atletas portugueses está a "correr bem, dentro do que estava perspetivado, e sem elementos de preocupação". Humberto Santos refere que a "estabilidade tem sido a nota dominante nestes quatro anos de preparação."

Referindo-se às condições de treino dos atletas, Humberto Santos diz que "o ser humano é um ser que ambiciona sempre mais e nós temos as expectativas de ter mais e melhores condições". Apesar da menor visibilidade face aos atletas olímpicos, o presidente do comité reconhece que "nos últimos anos se tem vindo a dar passos interessantes", mas "há ainda muito para fazer". Houve um aumento do financiamento estatal, e os atletas "têm hoje mais condições". Humberto Santos diz que se "tem de ir caminhando no sentido de ir aumentado o apoio prestado aos atletas".

Humberto Santos confirmou ao SAPO24 que o comité português não recebeu o dinheiro da Comissão Organizadora do Rio 2016, que devia ter chegado até ao final do mês de julho, mas garante que no caso português "esta situação não afeta o plano de preparação dos Jogos nem a viagem". O Comité Paralímpico está em condições de garantir que "aconteça o que acontecer, antes ou durante o período dos Jogos, estão criadas todas as condições para que a delegação portuguesa esteja no seu melhor." Apesar disso, admite que esta questão "possa ser problemática para outros países".

Só hoje o financiamento estatal aos Jogos Paralímpicos foi desbloqueado, assegurando assim a realização do evento no Rio. O Diretor de Média e Comunicações do Comité Paralimpico Internacional, Craig Spence, já reagiu ao descongelamento das verbas. Na sua conta do Twitter disse que este "é um passo na direção correta".

Para amanhã está marcada uma conferência de imprensa no Rio de Janeiro, onde serão dados esclarecimentos adicionais sobre o estado da organização brasileira da 15ª edição dos Jogos Paralímpicos.

A presença do Primeiro-Ministro na cerimónia de abertura é, para o Comité Paralímpico, "um momento de grande satisfação". Já antes Pedro Passos Coelho tinha marcado presença na cerimónia em Londres-2012. Este ano, o convite feito pelo comité a António Costa foi realizado "sem grandes expectativas, mas ele aceitou". "Num mundo altamente mediatizado é extremamente importante termos nos Jogos Paralímpicos umas das mais altas figuras do país", admite. "Realça muito o nosso ânimo", assegura. O objetivo do convite endereçado ao Primeiro-Ministro é de que se proporcione "um momento de partilha e aprofundamento de relações", e de que exista "um reconhecimento dos atletas". Humberto Santos acredita que o ciclo de preparação dos Jogos de Tóquio 2020, que vai arrancar logo depois do Rio2016, "vai ser mais fácil por existirem interlocutores que estiveram presentes nos Jogos".

"Muitos atletas acham que o seu trabalho passa anónimo e que só se lembram deles na chegada ao aeroporto quando trazem uma medalha", desabafa Humberto Santos. Em relação às espectativas, apenas pode garantir que "Portugal vai ser representado ao melhor nível", e que, apesar das "melhorias necessárias, vai estar no pleno das forças".

Esta edição marca um novo recorde no número de atletas e de países presentes nos Jogos. Apesar de existirem mais adversários e de estes estarem melhor preparados, Humberto Santos afirma que "os nossos atletas habituaram-nos a essa capacidade de superação", mesmo num "contexto mais difícil".  "Temos uma grande expectativa de ser bem-sucedidos", diz, acrescentando que, no fim, "Portugal vai ter motivos para sorrir".

O Comité Paralímpico de Portugal lançou uma campanha com o título #SemPena2016 para promover a participação dos atletas nestes Jogos Paralímpicos, e pede o apoio de todos os portugueses.

Portugal tem no seu historial 25 medalhas de ouro, 30 de prata e 33 de bronze em Jogos Paralímpicos, desde Nova York/Stoke Mandeville 1984. Os Jogos Paralímpicos acontecem entre 7 e 18 de setembro na cidade do Rio de Janeiro.