Primeiro que tudo, há que realçar o campeonato realizado por Liverpool e Manchester City. Ainda sem se saber, à entrada para a última jornada, quem vencerá a liga, esta tem sido uma luta a dois que ultrapassou todas as expectativas.
Os pontos conseguidos por ambos os clubes esta temporada seriam suficientes para conquistar 25, no caso do City e 24 no caso dos Reds, das 26 edições anteriores da Premier League. O City apenas não conseguiria superar a sua própria prestação na temporada passada, quando amealhou 100 pontos, e o Liverpool, até ver, só não conseguiria bater esse mesmo City e o Chelsea de Mourinho de 2004/05, que terminou a temporada com 95 pontos e 57+ na diferença entre golos marcados e sofridos.
Aconteça o que acontecer este sábado, teremos uma das melhores edições e retas finais de campeonato de sempre. O Manchester City com dez vitórias consecutivas e o Liverpool com oito, serão, ganhe quem ganhar, um justíssimo vencedor da vigésima sétima edição da Premier League.
O clube mais badalado
Raramente pelas melhores razões, o clube mais falado esta temporada foi, sem margem para dúvidas, o Manchester United. Da saída do português José Mourinho a meio do mês de dezembro à entrada de Ole Gunnar Solskjær, as emoções foram muitas e as desilusões e ilusões aconteceram no mesmo número. A precisar de estabilidade e continuidade, o Manchester United terá que apostar de forma firme não só no treinador que tem, alguém que conhece o clube, que o vive e que os adeptos respeitam, como terá que apostar igualmente em reavivar o espírito pelo qual Sir. Alex Ferguson lutou para construir durante tantos anos.
O destaque desta época nos Red Devils vai para o facto de estes, pela primeira vez em quarenta anos, terem concedido 50+ golos no campeonato. Número que não deixa esconder a fragilidade do atual Manchester United.
Equipa e treinador do ano
Será muito complicado não entregar o prémio de equipa e treinador do ano à formação e ao técnico que estejam no primeiro lugar este sábado, dia 11, pelas 17h. Ainda assim, os feitos mais incríveis desta temporada foram alcançados por um emblema recém chegado à Premier League. Os Lobos de Nuno Espírito Santos merecem todos os destaques. Longe de serem uma equipa perfeita, mostraram durante todo o ano que não desistem de uma única disputa e que, quando têm a oportunidade de defrontar equipas que jogam deliberadamente para vencer, estes adaptam-se como nenhuma outra.
De realçar os 29 pontos conquistados frente a clubes classificados nos seis primeiros lugares desta temporada, um número incrível e que ajudou a serem a primeira equipa, desde 2010, no ano de promoção a conquistar mais de 50 pontos. Podendo inclusivamente, caso vença na última jornada, curiosamente frente a um dos grandes, o Liverpool, amealhar um total de 60 pontos.
A juntar a tudo isto, os Wolves quebraram há pouco tempo um record com 6064 jogos. Desde a época 2003-04 que uma equipa não fazia um jogo completo sem conceder uma única falta. O feito foi alcançado na trigésima quarta jornada frente ao Brighton & Hove Albion e espelha desde logo a atitude dos pupilos de Espírtio Santo que tenta jogar o jogo pelo jogo e colhe, depois, os resultados disso mesmo.
Outras estatísticas de relevo
Um dos jogadores do ano foi Aaron Wan-Bissaka. As estatísticas do inglês são impressionantes, mas há uma que se destaca em particular: o número nulo de erros que deram origem a um golo do adversário. Correndo riscos como corre, tendo apenas vinte e um anos de idade, jogando numa equipa que terminará o campeonato no décimo segundo - ou décimo terceiro - lugar e que sofreu até ao momento 50 golos é um verdadeiro feito de um dos jogadores mais promissores de todo o campeonato. Igualmente na lateral direita destaque para Ricardo Pereira que é, na minha opinião, o jogador português do ano nesta edição da Premier League. Não só para mim mas, ao que parece, também para os adeptos do Leicester e para os seus companheiros de equipa, já que Ricardo venceu, há dias, os prémios de Jogador do Ano (eleito pelos adeptos) e Jogador do Ano (eleito pelos jogadores) na gala de fim de ano do clube. Ricardo competiu também taco a taco com Aaron Wan-Bissaka e Trent Alexander-Arnold, do Liverpool, por defesa direito do ano.
Neste momento com 20 clean sheets - jogos em que não concedeu qualquer golo - Alisson Becker está a um encontro de igualar Edwin van der Sar no segundo lugar dos menos batidos numa só época. Edwin van der Sar conseguiu 21 clean sheets ao serviço do Manchester United na época de 08/09. O primeiro da lista é Petr Čech que na primeira época de José Mourinho, 2004/05, conseguiu 24 jogos ao longo da temporada sem sofrer qualquer golo.
Falando em golos, o Liverpool de Jürgen Klopp é sinónimo do mesmo. Tanto o é que se tornou na quarta equipa apenas, na era da Premier League, a conseguir ter dois jogadores com mais de 20 golos no campeonato. São eles Mohammed Salah e Sadio Mane com 22 e 20 golos, respetivamente, até ao momento.
Sergio Agüero junta-se a Thierry Henry como os únicos dois jogadores a conseguirem atingir a marca de 20 golos em cinco época consecutivas. Números fantásticos de um jogador cuja continuidade no City estava em dúvida no início da época. A relação com Pep Guardiola não se revelou negativa e a parceria entre o espanhol e o argentino poderá, mais uma vez, vir a dar resultados, caso o City consiga dar o passo final rumo ao título este fim de semana.
Esta época, para Pep Guardiola, fica também marcada por se tornar no primeiro treinador a conseguir vencer em três épocas seguidas na casa do rival Manchester United. Por outro lado, Solskjær tornou-se no quarto técnico consecutivo do Manchester United a perder o primeiro derbi, contra o City.
Por fim, Shane Long marcou o golo mais rápido de sempre da Premier League. O tento teve lugar num jogo fora contra o Watford e veio realçar, mais uma vez, a capacidade combativa do irlandês, neste caso desde o apito inicial do árbitro da partida.
Esta semana na Premier League
Com tudo, relativamente ao que ao primeiro lugar diz respeito, por decidir, espera-se uma última batalha (à distância) entre Liverpool e Manchester City. À equipa de Guardiola bastará vencer, já os Reds terá que vencer e esperar que o City escorregue. Com todos os jogos a disputarem-se à mesma hora, sábado, dia 11, pelas 15h, os Citizens defrontam o Brighton & Hove Albion fora de casa, enquanto os pupilos de Klopp recebem o Wolverhampton de Nuno Espírito Santo.
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