“Não estou numa posição de poder especular. Não conheço os detalhes da decisão que a AMA pode tomar”, declarou Thomas Bach, à margem da reunião de três dias do Comité Executivo do organismo ao qual preside, que decorre em Lausana, na Suíça.
O presidente do COI espera que a AMA seja “clara sobre os acontecimentos referentes à sua decisão e quais as razões por que esta se aplica ou não”.
Um comité independente da Agência Mundial Antidopagem (AMA) recomendou, em 25 de novembro, a suspensão da Rússia de competições internacionais por um período de quatro anos, por considerar que aquele país fez desaparecer “centenas” de resultados de controlos antidoping suspeitos de ficheiros transmitidos à agência no início do ano.
O painel de revisão da AMA defende que a Rússia seja impedida de organizar grandes eventos nos próximos quatro anos e que a bandeira do país não possa ser hasteada em provas internacionais durante o mesmo período.
As recomendações serão analisadas pelo comité executivo da AMA, que irá reunir-se em 9 de dezembro.
“[A decisão] está nas mãos da AMA, nomeadamente do comité independente”, referiu hoje Bach, lembrando que as decisões daquele organismo serão impostos de forma “obrigatória” ao COI, que é signatário do Código Mundial Antidopagem.
O Comité Olímpico russo foi excluído dos Jogos Olímpicos de Inverno Pyeongchang2018, com base num relatório que denunciou um sistema de dopagem alargado com apoio estatal, mas uma equipa russa pode participar, com os seus atletas a competiram sob o signo de “atletas olímpicos da Rússia”.
No final de novembro, após a recomendação do painel de revisão da AMA, o COI indicou num comunicado que apoiará “as sanções mais duras” contra “todos os responsáveis” pelos casos de manipulação de dados de doping na Rússia.
Também hoje, o primeiro-ministro russo assumiu que a Rússia deve agir contra o “problema inadmissível” da dopagem generalizada, ressalvando, contudo, que este não é único país a fazer ‘batota’.
“Temos um problema com a dopagem e é inadmissível”, declarou Dmitri Medvedev, durante uma entrevista televisiva difundida em direto por duas dezenas de canais russos.
O primeiro-ministro admitiu que a Rússia deve “adotar uma posição mais dura relativamente a este tema”, mas disse ter a impressão de estar a assistir “a uma série russofóbica interminável”.
“Nós cometemos pecados, mas os outros países também não são pecadores”, questionou.
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