"O Moreirense está completamente fora disto tudo. Acredito no meu filho e acredito no meu amigo Orlando Silva", disse Vítor Magalhães, que se sentou no banco dos réus, enquanto representante do clube nortenho.
Perante o coletivo de juízes, o dirigente afirmou ainda que o seu filho "não está ligado ao clube" e "nunca tomou qualquer decisão ou ato de gestão" relacionado com o mesmo.
Vítor Magalhães disse ainda ter falado com o filho, após ter visto uma notícia de que teria havido "problemas" num jogo com a Naval 1.º de Maio, e este lhe teria dito para não se preocupar, porque "não se passou nada de anormal".
Quanto ao jogo disputado na Figueira da Foz, em que terá havido aliciamento de jogadores, Vítor Magalhães contou que esteve a ver a partida "normalmente", acompanhado por um dirigente da SAD do clube adversário.
"Foi um jogo em que tivemos um jogador expulso e depois eles também tiveram um. Nós ganhámos por 2-1. Foi um jogo normal, apertadinho. Se calhar, até ganhámos por sorte", disse o presidente do Moreirense.
Além do emblema de Guimarães, o processo tem ainda como arguidos o filho de Vítor Magalhães e um antigo vice-presidente do clube, Manuel Orlando "Alhinho", além de três futebolistas. Estes cinco arguidos decidiram remeter-se ao silêncio.
O presidente do Moreirense chegou a ser suspeito de estar na origem deste caso de alegada adulteração da verdade desportiva, mas, no seu caso, o processo foi arquivado por "manifesta insuficiência indiciária".
Segundo a acusação do Ministério Público (MP), o Moreirense tentou subornar seis jogadores de equipas adversárias para subir de divisão, na época 2011/2012, quando o clube se encontrava na II Liga portuguesa de futebol.
A investigação apurou que o filho de Vítor Magalhães e Orlando "Alhinho" pediram a dois ex-jogadores do Moreirense para abordarem jogadores da Naval e do Santa Clara, prometendo-lhes "avultadas quantias em dinheiro", para terem um "mau desempenho desportivo", nos jogos de futebol que aquelas equipas iriam disputar com o clube nortenho.
Dos futebolistas contactados, apenas um jogador da Naval terá aceitado a proposta, acabando por receber cinco mil euros, por ter sido expulso no jogo que a sua equipa disputou com o Moreirense e que terminou com a vitória dos visitantes por 2-1.
Os arguidos estão acusados dos crimes de corrupção e branqueamento.
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