O desportivo Record avançou esta quinta-feira, 14 de junho, que Rúben Ribeiro rescindiu com o clube de Alvalade, informação que foi confirmada minutos mais tarde pelo próprio Bruno de Carvalho e em comunicado enviado pelo clube à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários.
Momentos mais tarde, o jornal O Jogo avançou com a rescisão de Rodrigo Battaglia, informação que não foi ainda confirmada pelo clube, tendo todavia o desportivo publicado a carta de rescisão do jogador.
Ao final da tarde, a TVI24 avançou que Rafael Leão também rescindiu com o clube. À semelhança de Battagli, a rescisão do avançado de 19 anos, formado nas escolas leoninas, também ainda não foi confirmada pelo clube de Alvalade.
Rafael Leão, Rúben Ribeiro e Rodrigo Battaglia juntam-se assim a Rui Patrício, Daniel Podence, William de Carvalho, Rúben Fernandes, Bas Dost e Gelson Martins. São já nove os jogadores que cortaram laços com o clube.
A SAD leonina já tinha dado conta de que esperava mais rescisões até esta quinta-feira, quando se cumpre um mês desde as agressões aos jogadores na Academia de Alcochete, e fim do prazo legal para se avançar com as mesmas.
Estas rescisões acontecem no dia em que o Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa considerou ilegal a comissão transitória da Mesa da Assembleia Geral (MAG), nomeada pelo Conselho Diretivo do Sporting, bem como as reuniões magnas marcadas para 17 de junho e 21 de julho.
A decisão do Tribunal, por sua vez, tem lugar um dia depois da Comissão de Fiscalização designada pela Mesa de Assembleia Geral do Sporting, liderada por Jaime Marta Soares, ter suspendido preventivamente o Conselho Diretivo do Sporting, liderado por Bruno de Carvalho, uma decisão com efeitos imediatos, mas que o presidente do clube se recusou a reconhecer, já que contesta a legitimidade do organismo que a pronunciou.
O braço de ferro na direção é a face mais visível, a par das rescisões de jogadores, da crise que o clube de Alvalade atravessa.
A crise no Sporting teve origem na perda do segundo lugar do campeonato, na última jornada, para o Benfica, e acentuou-se dias depois, em 15 de maio, quando cerca de 40 pessoas encapuzadas invadiram a Academia do Sporting, em Alcochete, e agrediram alguns futebolistas e elementos da equipa técnica, com as autoridades a deter 27 dos alegados atacantes, que ficaram em prisão preventiva.
Na sequência destes incidentes, os futebolistas Rui Patrício e Daniel Podence apresentaram a rescisão por justa causa, em 01 de junho; o treinador Jorge Jesus rescindiu por mútuo acordo para assinar pelos árabes do Al Hilal, e esta segunda-feira, 11 de junho, mais quatro jogadores rescindiram unilateralmente (William de Carvalho, Rúben Fernandes, Bas Dost e Gelson Martins), além da saída do diretor clínico, Frederico Varandas. Rúben Ribeiro e Rodrigo Battaglia juntam-se agora à lista.
Paralelamente à crise desportiva, no âmbito de uma investigação do Ministério Público sobre alegados atos de tentativa de viciação de resultados em jogos de andebol e futebol, tendo como objetivo o favorecimento do Sporting, foram constituídos sete arguidos, incluindo o ‘team manager’ do clube, André Geraldes.
Perante estes acontecimentos, a maioria dos membros da Mesa da Assembleia Geral (MAG), liderada por Jaime Marta Soares, e do Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD) e parte da Direção apresentaram a sua demissão, defendendo que o presidente Bruno de Carvalho não tinha condições para permanecer no cargo.
Após duas reuniões dos órgãos sociais, o presidente demissionário da MAG, Jaime Marta Soares, marcou uma Assembleia Geral para votar a destituição do Conselho Diretivo (CD), para 23 de junho e criou uma Comissão de Fiscalização para evitar o vazio provocado pela demissão da maioria dos elementos do CFD — comissão esta que avançou ontem com a suspensão de Bruno de Carvalho e o Conselho Diretivo que lidera.
Por outro lado, o Conselho Diretivo do Sporting decidiu substituir a MAG demissionária e respetivo presidente através da criação de uma Comissão Transitória da MAG, que, por sua vez, convocou uma Assembleia Geral Ordinária para o dia 17 de junho, para aprovação do Orçamento da época 2018/19, análise da situação do clube e para esclarecimento aos sócios, e convocou uma Assembleia Geral Eleitoral para a MAG e para o CFD para o dia 21 de julho. Estas Assembleias Gerais foram agora invalidadas pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa.
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