O Comité Olímpico Internacional baniu a equipa olímpica da Rússia dos Jogos Olímpicos de Inverno 2018 devido aos casos de doping. Apesar de a bandeira não ser exibida na cerimónia e o hino não ser tocado, atletas russos que recebam uma dispensa especial poderão participar nos Jogos, mas apenas utilizando um equipamento neutro e os livros de registos não vão incluir as medalhas obtidas se esse for o caso, diz o The New York Times.
Esta penalização surgiu na sequência de uma investigação sobre um esquema de doping organizado na Rússia, com base em documentos escritos por Grigory Rodchenkov, antigo diretor do laboratório antidopagem de Moscovo. Rodchenkov foi responsável pelas primeiras revelações sobre a teia de manipulação de resultados mediante ingestão de substâncias apoiada pelo estado russo.
No início do escândalo, Rodchenkov demitiu-se do laboratório e refugiou-se nos Estados Unidos, a partir de onde fez várias acusações sobre um sistema organizado de dopagem durante os Jogos Olímpicos de Inverno Sochi2014, apoiado por Moscovo e pelos serviços secretos russos.
A Rússia emitiu um mandado de prisão internacional contra Rodchenkov, cujos documentos são parte importante da investigação sobre doping na Rússia, levada a cabo pelo Comité Olímpico Internacional (COI).
Na sequência do escândalo de doping, os atletas russos foram impedidos de participar em competições internacionais, incluindo os Jogos Olímpicos Rio2016.
A entidade olímpica anunciou ainda a irradiação do vice-primeiro ministro russo, Vitali Moutko, que durante vários anos tutelou o desporto no país.
O escândalo do alegado esquema de dopagem sistemática patrocinado pelo governo russo foi revelado em dezembro de 2014, num documentário da estação televisiva alemã ARD, levando à abertura de procedimentos disciplinares por parte do Comité Olímpico Internacional e da Agência Mundial Antidopagem (AMA).
Em agosto de 2015, antes dos Mundiais de atletismo de Pequim, o canal alemão denunciou novos casos de doping, visando atletas russos e quenianos, entre os quais medalhados e campeões olímpicos.
A AMA divulgou em novembro de 2015 as primeiras conclusões do relatório feito pela sua comissão independente, propondo a exclusão do atletismo russo dos Jogos Olímpicos Rio2016, o que viria a acontecer, enquanto a Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) suspendeu a federação russa, que aceitou a pena.
Em julho de 2016, ocorreu novo abalo, com a divulgação da primeira parte do relatório independente da AMA, da autoria do professor canadiano Richard McLaren, que denunciou um sistema de doping estatal, envolvendo 30 modalidades, entre 2011 e 2015.
A segunda parte do designado relatório McLaren, publicado em dezembro de 2016, concluiu pela existência de “manipulação sistemática e centralizada de controlos antidoping”.
A IAAF prolongou o castigo da federação russa até aos Mundiais de Londres, disputados em agosto, já depois de a agência russa antidopagem (Rusada) ter sido novamente autorizada a realizar controlos, em junho último, após um ano e meio de suspensão.
Em agosto, o novo presidente da federação russa de atletismo, Dmitry Shlyakhtin, apresentou um pedido de desculpas públicas no congresso da IAAF pelo envolvimento do seu país no esquema de dopagem, que já levou à suspensão de dezenas de atletas.
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