Casper Ruud, n.º 5 do ranking ATP e Miomir Kecmanovic, n.º 40, são os finalistas do 8.º Estoril Open.

A terra batida é “a praia” do norueguês. No CT do Estoril, Ruud alcançou a centésima vitória na superfície onde soma 8 triunfos dos 9 que colecionou. Com o mesmo número de sets (8), o sérvio enfrentou mais uma partida que o adversário, fez 14 ases (contra 9), passou menos uma hora nos courts que Ruud, mas irá hoje subir duas vezes ao palco principal. A seguir aos singulares, Kecmanovic joga a final de pares, algo inédito no Estoril Open.

Na superfície de terra batida do Clube de Ténis do Estoril, no frente a frente, esta é a quarta vez que norueguês e sérvio disputam pontos nos courts. A vantagem cai para o lado da rede de “Micha” (2x1), vencedor do último confronto, em 2019, no ATP Finals Next Gen. Nesse mesmo ano, Ruud venceu no pó de tijolo de Roma.

O norueguês Casper Ruud chega ao último jogo rendido ao que considera um dos seus “torneios ATP 250 preferidos do ano”, ou não tivesse trocado os “dois graus negativos na Noruega” pelo “ótimo tempo e condições perfeitas para jogar em terra batida”, conforme confessou aos jornalistas após eliminar o campeão em título, Sebastian Baez. A vitória mereceu uma dedicatória especial nas câmaras de televisão da Eurosport. “Obrigado, Estoril”, escreveu em tons de rosa.

Miomir Kecmanovic, underdog do único evento português do calendário ATP, principal circuito de ténis, respira confiança. “Se continuar a jogar assim e com esta mentalidade, acho mesmo que tenho boas hipóteses nesta superfície”, afirmou o sérvio após “despachar” o italiano Marco Cecchinato, na meia-final.

As 100 vitórias de Ruud na terra batida e a inédita dupla final de Kecmanovic

Ruud, 24 anos, é melhor tenista norueguês de todos os tempos. Soma recordes sucessivos nos dados estatísticos do país dos Fiordes. O ex-número um mundial júnior, foi o primeiro a atingir o top-30, top-20 e top-10, conquistou o primeiro título ATP (Argentina Open, 2020) e foi primeiro a atingir uma final de um Grand Slam, em Roland Garros, em 2022. Aquele que chegou a ser número 2 mundial, é treinado por Christan Ruud, pai, antigo jogador profissional de ténis, ex-número 39 do ranking, na altura o mais alto lugar na hierarquia do ténis norueguês até ser batido, em fevereiro de 2020, pelo filho que treina.

O também antigo número 1 mundial de juniores (posição em que fechou o ano de 2016), e que chegou a n.º 27 do ranking ATP, a 16 de fevereiro deste ano, Miomir Kecmanovic, 23 anos, filho de pais médicos, vai procurar conquistar no domingo o segundo título da carreira. Que pode ser o terceiro.

O número 2 sérvio subirá duas vezes ao estádio Millennium, palco principal do torneio português, numa tarde reservada na totalidade ao jogador treinado pela dupla Wayne Black e Ivan Cinkus. Após a final de singulares, jogará a de pares, ao lado do compatriota, Nikola Cacic. Uma inédita dupla final no Estoril Open.

Este ano, Casper Ruud ganhou oito vezes e perdeu seis. Kecmanovic tem mais quatro vitórias (12) e mais duas derrotas (8).

Em terra batida, Ruud tem uma eficácia 100 %, ou não fosse a superfície onde ganhou 8 dos 9 troféus na carreira e na qual ultrapassou, no Estoril Open, a barreira das 100 partidas ganhas. Kecmanovic triunfou em 24 ocasiões e perdeu em 21.

Ruud esteve 5h43m nos courts. Mais uma hora que Kecmanovic  

Se no Estoril Open Ruud entrou em três vezes no court, Kecmanovic competiu em quatro partidas. Casper Ruud perdeu dois sets (um deles frente a João Sousa, 1-6) enquanto Miomir Kecmanovic ainda não cedeu qualquer um até agora. E despachou um atrás de outro sem grande perda de tempo

Embora tenham feito o mesmo número de sets (8), o norueguês jogou sete partidas (73) a mais que o sérvio (66).

Ruud passou 5h43m na terra batida do CT Estoril, enquanto Kecmanovic bateu bolas quase menos uma hora (4h46m).

2h10m foi o jogo mais longo do número 5 mundial, nada mais, nada menos, frente ao português João Sousa (parciais de 6-4, 1-6, 6-3), mais cinco minutos que a partida das meias, diante Quentin Halys (6-1, 6-4), o carrasco de Nuno Borges, na primeira ronda.

Mais fresco, o n.º 40 ATP, vencedor de um torneio ATP, Kitzbuhel (terra batida), na Áustria, preenche o top-3 dos jogos mais rápidos: Rodionov (64 minutos), Cecchinato (68’) e Luca Nardi (70’).

No serviço, Casper soma 9 ases (3 por jogo). Kecmanovic responde com 14 (3,5 a cada partida).

No mano a mano, o tenista natural de Oslo, Noruega, contabiliza 250 pontos contra 253 do homem da raquete nascido em Belgrado, Sérvia.

Ruud venceu 72% dos pontos (109 primeiros serviços ganhos) no primeiro serviço e é forte no segundo, ao amealhar uma percentagem de 62% (46). Por outro lado, Kecmanovic venceu 79% dos pontos no seu serviço (95) e apresenta solidez no segundo ao atingir 60% dos pontos (45 serviços).

Noutras contas, em 2023, até ao Estoril Open, o tenista balcânico arrecadou 274,252 mil dólares em prémios (4,420 milhões na carreira, no combinado entre singulares e pares).

Um escalão acima, o nórdico dobra o “salário”. 501,397 mil dólares desde janeiro e 13,571 milhões na moeda norte-americana desde que abraçou o profissionalismo, em 2015.

Hoje, veremos para que lado pesará mais na carteira. Do total em jogo, dos 630,705 mil euros, 85 mil caem para o vencedor em singulares, 50 mil para o finalista, 30 mil para o vencedor em pares e 16 mil, revertem para o finalista vencido nas duplas. Miomir Kecmanovic, como escrito atrás, sabe de antemão que receberá dois cheques na cerimónia final. No final do dia ficaremos a saber os valores.