“As expectativas são sempre as melhores. Trata-se de um mundial e nos últimos anos alguns corredores tiveram boas prestações. Pensamos que podemos estar na discussão de uma prova ou outra, como tem acontecido, tanto no contrarrelógio como nas provas em linha”, assumiu, em declarações à Lusa.
Rui Costa, campeão mundial de fundo em 2013, e Nelson Oliveira, quarto classificado no contrarrelógio em 2017, estão entre os 14 portugueses que competem nos vários escalões.
“No global, prestações importantes, de relevo, são estar na discussão dos primeiros lugares do campeonato do Mundo, como tem acontecido. Temos estado bem representados, nos 10 primeiros, e até ganhámos uma vez. Outras vezes chegámos com o mesmo tempo, o que mostra que também podemos fazer primeiro, pois estamos lá, entre os melhores, com esse nível”, reforçou.
José Poeira entende que a prova de fundo de elites, com 280 quilómetros para serem percorridos em cerca de sete horas, vai ao encontro das características do corredor da UAE-Emirates, embora considere que, se fosse “um pouco mais dura, eliminava mais gente”.
“À partida, muitos vão para ganhar, no fim, muitos já não estão lá. É ter atenção aos que lá ficam, marcar os mais fortes, fazer a corrida por aí e ultrapassá-los. É uma prova muito complicada. Saber gerir tem muito a ver com a colocação durante toda a corrida e a colocação obriga a desgaste”, assume o técnico.
Nélson Oliveira vai ter um contrarrelógio de 54 quilómetros igualmente talhado para as qualidades do corredor da Movistar, num percurso “também com zonas estreitas, pequenas subidas, viragens constantes, sem permitir grandes andamentos durante muito tempo”.
“Não é mau para nós, pois não permite grandes andamentos durante muito tempo. Quebra o ritmo e a parte técnica dele é muito boa. Não nos vai desfavorecer em nada. (…) Uma subida mais longa não nos fazia mal, mas temos de gerir como está”, disse.
José Poeira entende que a partir do quilómetro 30 os ciclistas vão “mostrar quem são os verdadeiros contrarrelogistas”.
“O Nelson é um dos melhores do mundo, só se tiver azar não estará, mais uma vez, entre os primeiros”, acrescentou.
Aos corredores com os resultados mais relevantes na história do ciclismo português de elite nos Mundiais de estrada juntam-se os irmãos Domingos e José Gonçalves, e Rúben Guerreiro e Rui Oliveira (UAE-Emirates).
Nos escalões jovens, Poeira diz que Portugal se vai apresentar com “vários corredores com boas prestações a nível internacional”, esperando que as possam repetir no mundial.
A sub-23 Maria Martins e a júnior Daniela Campos “têm mostrado serem boas atletas, com bom potencial”, contudo o selecionador acredita que tem mais jovens capazes de honrar o país.
“É esperar que as coisas aconteçam normalmente, sem pressão, sem ansiedade, que corra tudo normalmente e esperamos pelo resultado. Que as coisas nos corram bem a ver se conseguimos alcançar o que pretendemos, o bom resultado para o país”, concluiu.
No fundo do escalão sub-23 competem André Carvalho e João Almeida, Emanuel Duarte e Miguel Salgueiro, enquanto no contrarrelógio estarão André Carvalho e João Almeida: os juniores André Domingues e João Carvalho cumprem somente o fundo.
No setor feminino, a sub-23 Maria Martins sisputa a prova de fundo de elite e a júnior Daniela Campos fará o ‘crono’ e o fundo.
Programa da seleção portuguesa:
- 23 set:
10:10 Contrarrelógio juniores femininas (13,7 km):
Daniela Campos.
- 24 set:
10:10 Contrarrelógio sub-23 (30,3 km):
André Carvalho e João Almeida.
- 25 set:
13:10 Contrarrelógio elite (54 km):
Nélson Oliveira.
- 26 set:
12:10 Prova de fundo juniores (148,1 km):
André Domingues e João Carvalho.
- 27 set:
08:40 Prova de fundo juniores femininas (86 km):
Daniela Campos.
14:00 Prova de fundo sub-23 (186,9 km):
André Carvalho, João Almeida, Emanuel Duarte e Miguel Salgueiro.
- 28 set:
11:40 Prova de fundo elite femininas (149,4 km):
Maria Martins.
- 29 set:
08:40 Prova de fundo elite (280 km):
Rui Costa, Nélson Oliveira, Domingos Gonçalves, José Gonçalves, Rúben Guerreiro, e Rui Oliveira.
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