“Peço a todos desculpa sobre um conjunto de ataques que foram feitos a entidades da vida pública, órgãos de soberania, juízes, tribunais, a toda a gente, porque este não é o Sporting”, vincou.
Em declarações à agência Lusa, o dirigente não quis comentar os ataques de que foi alvo hoje na conferência de imprensa de Bruno de Carvalho – “isto é pura e simplesmente para ignorar” –, preferindo realçar o facto de o Sporting ser um clube “da afirmação dos valores, do desporto e da dignidade”.
Jaime Marta Soares focou a sua atenção na imagem do Sporting, que espera comece a ser recuperada domingo na final da Taça de Portugal com o Desportivo das Aves.
“Só entendo pedir aos sportinguistas para que estejamos todos unidos domingo no Jamor de forma a darmos a Portugal e ao mundo um exemplo dos grandes valores do desporto, cidadania e da dignidade, valores assumidos por todos os sportinguistas, deste os atletas, aos sócios, simpatizantes e adeptos, que efetivamente merecem a minha grande amizade, respeito e admiração”, disse.
Entre outras críticas, Bruno de Carvalho acusou hoje Jaime Marta Soares de lhe ter proposto uma “cimeira secreta” com Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, considerando que após a sua nega a relação entre ambos passou a ser “muito difícil”.
O Benfica também reagiu de imediato, em comunicado, às declarações de Bruno de Carvalho, desmentindo, "de forma perentória, que alguma vez tenha sido solicitado pelo Presidente do SLB, Luís Filipe Vieira, qualquer tipo de cimeira ou encontro com o presidente do Sporting CP".
Bruno de Carvalho disse igualmente que Marta Soares deseja colocar uma “comissão de gestão” à frente do Sporting que permitirá, posteriormente, a José Maria Ricciardi, a quem acusou de ser o mentor de uma campanha contra si, assumir os louros de uma “negociação da dívida do Sporting que vai passar para mais de metade”.
O presidente da mesa, a quem Bruno de Carvalho chamou de “dinossauro das autarquias”, é também acusado de “mentir descaradamente” num programa de televisão a respeito da sua conversa de “parcas palavras” com o treinador Jorge Jesus após os incidentes de terça-feira na Academia.
Na terça-feira, antes do primeiro treino para a final da Taça de Portugal, a equipa de futebol do Sporting foi atacada na academia de Alcochete por um grupo de cerca de 50 alegados adeptos encapuzados, que agrediram técnicos e jogadores. A GNR deteve 23 dos atacantes.
Paralelamente, a Polícia Judiciária deteve na quarta-feira quatro pessoas na sequência de denúncias de alegada corrupção em jogos de andebol, incluindo o diretor desportivo do futebol, André Geraldes, que foi libertado sob caução e impedido de exercer funções desportivas.
O cenário agravou-se com as demissões na quinta-feira da Mesa da Assembleia Geral, em bloco, e da maioria dos membros do Conselho Fiscal e Disciplinar, instando o presidente do Sporting a seguir o seu exemplo, mas Bruno de Carvalho anunciou que se irá manter no cargo.
[Notícia atualizada às 20h07. Altera no primeiro parágrafo de acordo com a reformulação enviada pela Agência Lusa]
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