1. Como tudo começou

A praia de Supertubos entrou na rota do circuito mundial, primeiro, em fase experimental, em 2009. A Rip Curl, multinacional marca de surf, tirou da cartola uma licença (floating licence) para experimentar a onda tubular de Peniche. Debaixo da nomenclatura de Rip Curl Search passou no teste da WSL e, em 2010, assume-se como etapa oficial e permanente do World Championship Tour. Até ao presente.

2. Há mais ondas para além de Supertubos

A mobilidade da etapa portuguesa é uma das suas mais-valias. Para além de Supertubos, o vizinho Molhe Leste, ou, na parte norte de Peniche, Lagido, Pico da Mota e Belgas servem de montra de ação da elite do surf mundial.

3. Prémios entre o dobro e multiplicação por sete

Os vencedores masculino e feminino na 15.ª edição do MEO Rip Curl Pro Portugal têm à sua espera um cheque de 80 mil dólares (74 mil euros) pela vitória na etapa portuguesa. Um valor exatamente igual à edição de 2023, valor arrecadado pelo brasileiro João Chianca (lesionado não está em Peniche este ano) e a jovem prodígio norte-americana, Caitlim Simmers, que então alcançou a primeira vitória no Tour.

Homens e mulheres recebem o mesmo, mas nem sempre foi assim. Aliás, só começou a ser assim em 2019, ano em que terminou a guerra dos sexos dos prize-moneys e a Liga Mundial de Surf tornou-se a primeira competição norte-americana com prémios iguais para as competições masculinas e feminina.

Mas recuemos a 2009. Na prova feminina, Coco Ho, do Havai, a vencedora, foi premiada com 12 mil dólares (11 mil euros). No quadro masculino, Mick Fanning “mereceu” 40 mil dólares (37 mil euros).

4. Recorde de 51 mil pessoas num só dia

Ao longo dos anos, as dunas de Peniche têm-se transformado num teatro do Oeste com capacidade para milhares de mirones. No ano passado, a 12 de março, 51 mil pessoas deram à costa, segundo dados da organização, para assistir aos tubos. Ao todo, 150 mil espetadores assistiram, ao longo desses dias, aos seus heróis das bombas tubulares. Entre eles, um especial. Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República.

5. É para o menino e para a menina

15 edições, 15 provas com elenco masculino. Em 2009 e 2010 mereceu honras de competição feminina. Depois das vitórias das havaianas Coco Ho e Carissa Moore, eclipsou-se até 2019. Voltou. Ao abrigo do novo regulamento da WSL, as mulheres começaram a andar de braço dado com os homens. Para o ano, celebrar-se-á a mão cheia (5 anos) da passagem “delas” pelo MEO Rip Curl Pro Portugal.

6. Kely e Jordi, os quase totalistas de Supertubos

O veterano norte-americano e 11 campeão mundial, Kelly Slater, vai falhar, por lesão, a 15.ª edição da etapa portuguesa do CT. Era, até à data, o único totalista nas ondas tubulares de Peniche desde o dia em que tudo começou, no Rip Curl Search 2009.

Na lista de presenças masculina o sul-africano, Jordi Smith (falhou uma paragem, também por lesão, 2015), olha agora olhos nos olhos do GOAT.

No feminino, Sally Fitzgibbons é a totalista da prova. Quatro aparições em Supertubos, a que soma outras tantas visitas a Portugal durante as etapas do Women’s Championship Tour (WCT) quando o circo feminino está estacionado em Cascais (2013 a 2017). Stephanie Gilmore, multicampeã mundial, poderia acompanhar a australiana. Até agora tinha feito “bingo” nas presenças em Peniche (e Cascais), mas faltará à chamada por causa de uma pausa esta temporada.

7. Os 4 nomes de Supertubos

A mudou de nome quatro vezes. Nascem como Rip Curl Search, 2009, mudou para Rip Curl Pro Portugal, 2010-2013, ganhou novo batismo, Moche Rip Curl Pro Portugal, 2014-2015 e voltou a mudar de nome, mas sempre com a mesma identidade, de 2016 até à data como MEO Rip Curl Pro Portugal.

8. Renovação de dois anos, com opção de mais um

Em 2019 foi assinado um contrato plurianual entre a empresa de telecomunicações, MEO e a WSL, a organizadora dos eventos. Em 2024, a mesma vontade das partes de renovação de parceria e manutenção da etapa portuguesa no calendário internacional da World Surf League foi passada para o papel como novo contrato entre a MEO e a WSL, por mais dois anos com um terceiro de opção. Isso mesmo foi anunciado por João Epifânio, chief marketing officer (CMO) da Altice Portugal durante a conferência de imprensa no hotel MH Peniche.

9. O evento de 2011

O evento de 2011 é relembrado por muitos como um dos melhores campeonatos da história da World Surf League (WSL), ao ponto da Surfline (site especializado) incluí-lo numa lista dos 10 melhores campeonatos de sempre da história do circuito.

10. Período de espera, 6 a 16 de março

A praia de Supertubos, em Peniche, tem um período de espera que decorre entre hoje, quarta-feira, 6 de março e 16 de março, sábado. Hoje, sabe-se que arranca em grande estilo. Mas só hoje.

“A previsão (da ondulação) é impossível de prever. É acordar e olhar para o mar”, disse Francisco Spínola, presidente da WSL Europa, África e Médio Oriente, não arriscando uma data de encerramento da prova que, segundo se prevê, pode ir até ao último dia do período da janela de competição.

11. Os portugueses em Peniche

Frederico Morais é membro residente do CT, e por isso, tem lugar marcado em Peniche. É nona participação de Kikas, surfista que recebeu wildcard em 2013, 2014 e 2015 e 2023.

Inicialmente, foram atribuídos dois convites aos campeões nacionais da Liga MEO surf: Francisca Veselko, recebeu o convite da organização (WSL) e Joaquim Chaves, wildcard da MEO, são os três portugueses em prova em 2014.

A lesão de Kelly Slater abriu mais uma vaga para um português. Matias Canhoto, surfista local de 16 anos.

Tiago Pires, primeiro português a competir na elite, foi o primeiro em Supertubos. Surfou as ondas de Peniche durante seis anos (falhou, por lesão, a etapa de 2013).

Ao longo de 14 anos, Justin Mujica, David Luís, Marlon Lipke, Francisco Alves, Nic von Rupp, Vasco Ribeiro, Miguel Blanco e Afonso Antunes foram convidados para fazer tubos ao lado dos seus heróis.

Nas mulheres, Teresa Bonvalot esteve em Peniche em 2023 na qualidade de suplente do CT. Yolanda Hopkins foi o wildcard.

12. O melhor português na prova

Vasco Ribeiro, é o surfista português como melhor prestação em Supertubos eliminado nas meias-finais de 2015 por Ítalo Ferreira. Tem igualmente o estatuto de wildcard que conseguiu chegar mais longe. Yolanda Yophins é a melhor portuguesa. Foi 5.ª no ano passado.

13. De outubro a março

Supertubos já esteve colocado na reta final do circuito mundial, altura em que desempenhava, por diversas vezes, papel ativo nas contas do título mundial. Em 2022, passou de outubro para março e estacionado no meio do mid-season cut , corte de meio da temporada.

14. Vencedores e vencidos em Peniche

Homens

Ano Vencedor 2º lugar

2009 Mick Fanning (AUS) x Bede Durbidge (AUS)

2010 Kelly Slater (EUA) x Jordy Smith (ZAF)

2011 Adriano de Souza (BRA) x Kelly Slater (EUA)

2012 Julian Wilson (AUS) x Gabriel Medina (BRA)

2013 Kai Otton (AUS) x Nat Young (EUA)

2014 Mick Fanning (AUS) x Jordy Smith (Af. Sul)

2015 Filipe Toledo (BRA) x Ítalo Ferreira (BRA)

2016 John John Florence (HAW) x Conner Coffin (USA)

2017 Gabriel Medina (BRA) x Julian Wilson (AUS)

2018 Ítalo Ferreira (BRA) x Joan Duru (BRA)

2019 Ítalo Ferreira (BRA) x Jordy Smith (Af. Sul)

2022 Griffin Colapinto (EUA) - Filipe Toledo (BRA)

2023 João Chianca (BRA) x Jack Robinson (AUS)

Mulheres

2009 Coco Ho (HAW) x Chelsea Hedges (AUS)

2010 Carissa Moore (HAW) x Stephanie Gilmore (AUS)

2002 Caroline Marks (EUA) x Lakey Peterson (EUA)

2002 Tatiana Weston-Webb (BRA) x 2º Lakey Peterson

2023 Caitlin Simmers (EUA) x Courtney Conlogue (AUT)

15. Camâras, luz e ação

O evento custa 3,5 milhões de euros, números adiantados por Francisco Spínola, WSL Europa. 500 pessoas estão responsáveis por levantar o circo, sendo que em Portugal, 5 delas trabalha o ano todo.

Para levar a ação a Portugal e ao mundo (através da Sport TV e do site da WSL) são dois drones, oito câmaras em terra, mais um em exclusivo para os juízes, a que acrescem duas câmaras de água e uma possível câmara e um repórter na água com jet-ski, se as condições do mar permitirem.