Chegou o momento da grande final do Circuito Mundial de Surf (CT 2022). Pelo segundo ano consecutivo, Lower Trestles, Califórnia, acolhe o Rip Curl WSL Finais.

Os 10 surfistas classificados nos cinco primeiros lugares dos respetivos rankings, top-5 masculino e top-5 feminino, no decurso das 10 etapas do Championship Tour, percurso partido ao meio com o cut da temporada, em linha com o formato adotado em 2021, estão preparados para a disputa dos títulos mundiais. A competição realiza-se num único dia.

O brasileiro Felipe Toledo, vencedor de duas etapas (4.ª, Bells Beach, Austrália e 8.ª, Rio de Janeiro, Brasil) e 2.º lugar na praia de Supertubos, Peniche e a havaiana, Carissa Moore, campeã em título que somou uma vitória (Brasil) e três segundos lugares (Pipeline, Havai, Bells Beach, Austrália e G-Land, Indonésia), respetivamente número um masculino e feminino durante a época regular, têm lugar reservado na finalíssima.

De pés assentes na areia, aguardam para conhecer os respetivos adversários da prova de onde sairá o sucessor de Gabriel Medina (falhou a primeira metade da temporada devido a problemas de saúde mental, mas recebeu convite para a segunda parte) e Carissa Moore. O título mundial será disputado à melhor de três heats. Isto é, quem vencer duas baterias levanta o troféu.

Alerta amarelo

A Liga Mundial (World Surf League) lançou um alerta amarelo para esta quinta-feira (15h00, hora portuguesa) para possível realização da prova nas próximas 24 horas, embora mantenha a janela até dia 16.

Os últimos campeões

*2021 Gabriel Medina (BRA) - Carissa Moore (HAW)

**2019 Ítalo Ferreira (BRA) - Carissa Moore (HAW)

2018 Gabriel Medina (BRA) - Stephanie Gilmore (AUS)

2017 John John Florence (HAW) - Tyler Wright (AUS)

2016 John John Florence (HAW) - Tyler Wright (AUS)

**2015 Adriano de Souza (BRA) - Carissa Moore (HAW)

*Novo formato

** WSL CT

Em 10 surfistas, só um é europeu. Ou antes, europeia: a francesa Johanne Defay. O Brasil, país que celebrou os 200 anos no dia sete, e a Austrália, dividem o pódio do maior contingente. Ambos com dois homens (Toledo e Ítalo e J. Robinson e E. Ewing) e uma mulher cada (T. Weston-Webb e S. Gilmore). Kanoa Igarashi (Japão), intromete-se nesta luta do hemisfério Sul. Nas mulheres, o multiculturalismo dita regras. B. Hennessy, da Costa Rica, e C. Moore (Havai) juntam-se às já citadas surfistas do Brasil, Austrália e França.

O título mundial de surf é atribuído, desde o ano passado, numa competição final que reúne os cinco melhores classificados na época regular.

Três duelos de cada um dos géneros em prova antecedem o embate onde oito surfistas querem estar e que todos os amantes da modalidade querem ver.

A australiana Stephanie Gilmore, sete vezes campeã mundial, e Brisa Hennessy (Costa Rica), abrem o “mata-mata” feminino.

A vencedora enfrentará Tatiana Weston-Webb (Brasil), vice-campeã em título. Quem vencer enfrentará Johanne Defay.

Deste penúltimo embate sairá a adversária de Carissa Moore , 30 anos, pentacampeã mundial e medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.

Na competição masculina, a primeira bateria coloca na água Kanoa Igarashi, surfista japonês que reside parte do ano na Ericeira, e Ítalo Ferreira, ouro olímpico em Tóquio 2020 e campeão mundial no ISA e segundo representante brasileiro na grande final do CT. Uma bateria a relembrar a final olímpica.

O vencedor enfrenta Ethan Ewing (Austrália). Jack Robinson, o outo australiano nas finais, é o senhor que se segue na espera, antes de se saber quem defrontará Toledo, que, tal como Carissa, entra direto na finalíssima. Aqui chegados, quem vencer duas baterias será coroado campeão mundial.

Domínio australiano

Nos últimos seis anos, o domínio de títulos tem sido havaiano (5) e brasileiro (4).

Na história da competição, são sete os países cujos surfistas celebraram títulos mundiais masculino (África do Sul, Austrália, Brasil, Estados Unidos, Havai, Perú e Reino Unido) e cinco a receber o cetro feminino (África do Sul, Austrália, Estados Unidos, Havai e Perú).

Peter Townend (Austrália), em 1976 e Margo Oberg (Havai), no ano seguinte, foram os primeiros campeões mundiais. A havaiana Margo foi a primeira a vencer três circuitos (1977, 1980 e 1981).

O americano Kelly Slater é Rei dos títulos (11). As australianas Stephanie Gilmore e Layne Beachley partilham palmarés com sete títulos cada. Gabriel Medina foi o sexto surfista da história a sagrar-se tricampeão mundial, e o primeiro brasileiro.

A Austrália domina no surf feminino, 22 títulos e em masculino mantêm uma vantagem de um (16) em relação aos EUA