Portugal estreia-se na Taça das Confederações. Na Rússia, a equipa das Quinas é apontada como uma das favoritas a vencer a prova que antecede o Mundial 2018.

Natural candidato a levantar o troféu no dia 2 de julho em São Petersburgo, os convocados de Fernando Santos assumem também eles esse favoritismo. Bruno Alves e William Carvalho deram nota desse otimismo. A eles junta-se a habitual fé do selecionador nacional.

Portugal marca presença na prova na qualidade de campeão europeu. E tem Ronaldo. Ou antes, tem o melhor Cristiano Ronaldo de sempre. Que está a ser falado como nunca.

Se todas as competições internacionais reclamam a presença de uma estrela, aos 32 anos, o capitão da seleção nacional é por si só o foco de todas as atenções. E nesta competição não é exceção. Para já tem sido o nome mais falado fora de campo. Da alegada fuga fiscal em Espanha à putativa saída do Real de Madrid, independentemente do que se passa fora das quatro linhas, aparece na Rússia na sua melhor forma.

Ídolo para companheiros e adeptos, o avançado do Real Madrid teve um ano de ouro. À conquista em 2016, em França, do Europeu, somou, ao serviço do Real de Madrid, o mundial de clubes, a Liga espanhola e a Liga dos Campeões e, pelo meio, conquistou a Bola de Ouro.

Ronaldo surge na Rússia com um novo corte de cabelo (look herdado da promessa feita em caso de vitória e de golo marcado na Liga dos Campeões) e com umas novas chuteiras mas com ambição redobrada. A competição nas vésperas do Mundial de 2018 serve de mais um degrau na glória que quer atingir. A nível pessoal e coletivo.

E um título de Ronaldo, no caso concreto o 21º desde que trocou o Sporting pelo Manchester United, é, obviamente um troféu para Portugal. 

André e Bernardo Silva. Transferências do momento nos eleitos da seleção mais cara   

Para além de Ronaldo, o mais valioso do ponto de vista desportivo e financeiro, Portugal surge na Taça das Confederações com um cartaz de peso no que toca a valores de mercado. André Silva e Bernardo Silva, que curiosamente estiverem fora das escolhas de Fernando Santos para o Europeu 2016, aparecem agora entre os 23 selecionados com a aura de estarem no top das mais caras transferências futebolísticas do verão, até à data. O avançado trocou o Porto pelo Milan, por 38 milhões de euros, enquanto Bernardo Silva mudou-se do Principado do Mónaco para Manchester (City) pela quantia de 50 M€.

Se do ponto vista desportivo, em comparação com o Euro 2016, saem Renato Sanches, João Mário (curiosamente ambos protagonizaram transferências milionárias antes e depois da conquista do título europeu) e Eder, o então herói improvável, no que toca a valor fora do tapete verde, de acordo com o transfermarkt.com, site especializado no mercado de jogadores de futebol, a seleção nacional não parece ficar a perder e está avaliada em 388,55 milhões de euros. Com Ronaldo à cabeça, a contribuir com 100 milhões de euros.

Portugal é mesmo a equipa mais valiosa das oito seleções na prova que se realiza entre o dia 17 deste mês e 2 de julho, beneficiando do facto do selecionador alemão levar uma “equipa B”, sem os nomes sonantes, desportiva e financeiramente, como Neuer, Kroos ou Thomas Müller.

Mas se para além do site alemão que serve de referência, se pegarmos no recente estudo do CIES Football Observatory (Observatório do Futebol) que divulgou o 16º ranking de valor estimado de transferência dos jogadores das cinco principais ligas europeias, Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França, Portugal está igualmente na liderança com três jogadores no top 100. Ronaldo, quem mais, é o 11º mais valioso (112 M€), seguido de Bernardo Silva (27º do ranking avaliado em 80,5M€) e André Gomes (80º, 48 M€).

Aliando talento desportivo, título europeu e Ronaldo, num grupo com México, Rússia e Nova Zelândia, Portugal surge, então como favorito. O Chile, de Alexis Sanchez e Vidal e Alemanha deverão ser os adversários a terem em conta na prova que serve de antecâmara do Mundial e que para além de criticada por uns, como por exemplo o presidente da Federação alemã, é uma competição “maldita”. É que olhando para as estatísticas, quem vence a competição que se disputa desde 1992 nunca levanta o troféu no campeonato do Mundo. Poderá Ronaldo escrever uma nova história? Têm a palavra os 23 selecionados de Fernando Santos.