“Quero dar o meu melhor, da melhor forma possível, para conseguir estar em condições mínimas de competir e, para mim, isso já é a minha primeira medalha. Agora, tenho de tentar aproveitar estas competições para, realmente, atingir o meu objetivo, que é estar em Paris2024. Vamos ver”, transmitiu, instantes antes de participar, enquanto oradora convidada, na 2.ª Conferência Atividade Física e Desporto, organizada pela junta de freguesia de Benfica, em Lisboa.
A última competição de Telma Monteiro foi em novembro de 2023, também nos Europeus, em Montpellier, França, onde a judoca foi forçada a abandonar logo no primeiro combate, após sofrer uma rotura do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo, que obrigou a cirurgia e consequente recuperação.
A judoca do Benfica, a mais medalhada de sempre do judo português e também recordista feminina de medalhas em Europeus, com 15 (seis de ouro, duas de prata e sete de bronze), recordou o facto de se encontrar atualmente em lugar virtualmente elegível, em realocação de quota, e a cerca de 150 pontos da última posição que apura via ranking para aquela que poderá ser a sua sexta presença em Jogos Olímpicos.
“Na posição em que me encontrava na altura [da lesão], eu estava confortável. Neste momento, se terminasse [o período aberto de apuramento], eu estaria apurada, mas o ranking varia com a pontuação que as adversárias também vão tendo nas competições. Portanto, só me cabe dar o meu melhor”, estipulou a atleta, de olho no Campeonato da Europa, que irá disputar-se em Zagreb, na Croácia, entre 25 e 28 de abril.
Telma Monteiro, medalha de bronze nos Jogos Olímpicos Rio2016, terá, após os Europeus, mais três provas para pontuar – os Grand Slam do Tajiquistão e Cazaquistão, e os Mundiais de Abu Dhabi –, de forma subir na hierarquia mundial até maio.
“Falo das coisas com tranquilidade, porque é a maneira como encaro as situações, gosto de ser pragmática. Não tinha outra opção de retorno à competição que não fosse uma grande competição. O ideal seria competir mais tarde, numa prova em que a intensidade e o nível fossem mais baixos, mas não tenho essa oportunidade, de maneira nenhuma. O calendário não o permite e as competições que existem são de grande nível”, constatou.
Caso consiga consumar a sexta presença em Jogos, a judoca voltará a fazer história, tornando-se a atleta feminina portuguesa com mais participações, repetindo Atenas2004, Pequim2008, Londres2012, Rio2016 e Tóquio2020.
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