A inédita presença do andebol luso em Jogos Olímpicos, que assinala até a estreia ‘oficial’ dos desportos coletivos de pavilhão, será materializada em 14 convocados, um quarto do lote de já apurados, e compensa, de alguma forma, a ausência do futebol, que no Rio2016 levou uma comitiva de 18.
Portugal já assegurou a presença nas competições de 12 modalidades, tendo possibilidade de superar as 16 representadas no Rio2016, com o avançar das qualificações em modalidades como judo, triatlo, skate, taekwondo e karaté.
“Muitos viram as suas competições adiadas ou canceladas durante o período pandémico. Os modelos de qualificação dependem muito de modalidade para modalidade. Temos vários com posições de ranking muito confortáveis”, explicou à Lusa Pedro Roque, diretor desportivo do Comité Olímpico de Portugal (COP), exemplificando com o judo e triatlo.
O atletismo tem, para já, somente 10 apurados, menos do que em idêntico período para o Rio2016, quando estavam asseguradas 19 presenças, e bem menos do que os 30 para Londres2012, quando ainda havia vários com mínimos B.
O marchador João Vieira, nos 50 quilómetros, deve disputar, aos 43 anos, os Jogos pela sexta vez, só superado pelo velejador João Rodrigues, repetindo a participação tal como Patrícia Mamona, no triplo salto, e a marchadora Ana Cabecinha, nos 20 quilómetros.
Na comitiva do atletismo luso, destacam-se os recentes campeões da Europa em pista coberta, casos dos estreantes Pedro Pablo Pichardo, de origem cubana, no triplo salto, e Auriol Dongmo, no lançamento do peso, assim como a ‘repetente’ Patrícia Mamona.
Na canoagem, Portugal tem mais uma vaga, sete no total, uma das quais no slalom, pelo estreante Antoine Laynay (K1): de resto, Fernando Pimenta (K1 1.000 metros) é um dos principais candidatos a medalha para Portugal e Teresa Portela é habitual nas finais dos explosivos K1 200.
Em K4 500 metros, Emanuel Silva, que vai para os quintos Jogos Olímpicos, e João Ribeiro já são experientes nestas lides, enquanto David Varela e Messias Baptista vão pela primeira vez aos Jogos, numa embarcação que está no lote das que devem lutar pelo pódio.
A amazona luso-brasileira Luciana Diniz compete, pela quarta vez, na prova de saltos com obstáculos e desta vez a comitiva da equestre terá mais um trio, no ensino, após quota garantida por Maria Caetano, Rodrigo Torres, João Miguel Torrão e Duarte Nogueira.
Alexis Santos e Diogo Carvalho, nos 200 metros estilos, eram os únicos nadadores certos há quatro anos, mas agora já contam também com Tamila Holub e Diana Durães nos 1.500 livres, e Ana Catarina Monteiro nos 200 mariposa.
Destaque ainda para o regresso do remo com Pedro Fraga, que tinha sido oitavo em Pequim2008 e quinto em Londres2012, falhando o Rio2016, sempre com Nuno Mendes: aos 38 anos, retorna aos Jogos, em dupla com Afonso Costa no Double Scull peso ligeiro.
O ténis de mesa tem mais um elemento, com três a formarem a equipa masculina, que deverá contar com os repetentes Marcos Freitas e Tiago Apolónia, enquanto Fu Yu, que venceu os II Jogos Europeus, volta a representar Portugal.
Na estreia olímpica do surf, Frederico Morais cumprirá o sonho por ter sido o melhor europeu nos Mundiais de 2019.
João Paulo Azevedo faz regressar o fosso olímpico, em tiros com armas de caça.
Filipa Martins repete a participação na ginástica artística, contudo não é certo que tenha companhia nessa especialidade, bem como nos trampolins: se assim for, Portugal perderá três ginastas.
No ciclismo, a missão lusa ‘emagreceu’ um atleta, agora com duas vagas na prova de estrada — podem participar ambos no contrarrelógio — e a estreia Maria Martins em pista, especialidade que também é uma novidade para Portugal, depois do seu nono lugar no ranking no omnium.
Jorge Lima e José Costa voltam a comparecer no 49er, porém a frota portuguesa na vela tem uma vaga a menos, quatro, em equipa que conta igualmente com Diogo Costa e Pedro Costa na classe 470.
De sexta-feira a domingo, os Europeus de judo decorrem em Lisboa com “oito atletas portugueses muito dentro da qualificação olímpica” e que esperam que se lhes junte Rodrigo Lopes ou qualquer outro elemento das categorias abaixo de 73, para o país poder qualificar a equipa mista para os Jogos.
“Se isso acontecer, será de facto um feito notável e histórico, porque é a estreia das equipas mistas em Tóquio. Teremos a equipa vice-campeã da Europa em título a defender-se numa competição olímpica e a tentar um resultado de relevo”, desejou Pedro Roque.
Na quarta-feira ficam a faltar 100 dias para o arranque dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, que vão realizar-se de 23 de julho a 08 de agosto de 2021.
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