Quatro cidades, duas alemãs, Oberstdorf e Garmisch-Partenkirchen, e duas austríacas, Innsbruck e Bischofshofen, a que correspondem cada uma delas quatro trampolins, voltam a ser palco do Torneio dos Quatro Trampolins (Four Hills Tournament), uma das mais antigas e importantes competições de saltos de esqui do mundo.

De 29 de dezembro de 2018 a 6 de janeiro de 2019, durante nove dias, o saltador que somar mais pontos irá erguer a “Águia Dourada”, troféu criado em 1953, ano da criação da prova que é equiparada à Liga dos Campeões (em futebol).

Em mais de seis décadas de Torneio dos Quatro Trampolins apenas dois “homens voadores” conseguiram fazer o pleno e vencer as quatro provas. O alemão Sven Hannwald, em 2001-2002, e o polaco Kamil Stoch, na temporada passada.

Stoch, que procura nesta 67ª edição somar a terceira vitória consecutiva na prova, em entrevista ao canal Eurosport, televisão que emite todas as provas do histórico torneio de saltos de esqui, considera-se que ele mesmo é o seu “maior rival”, enfrentando em cada salto as suas “debilidades, emoções e habilidades”, acrescentou.

Sem olhar a “recordes” ou “êxitos” que lhe “tirem a “alegria e satisfação” que os saltos de esqui “produzem”, o esquiador polaco nascido em Podhale, a região mais meridional da Polónia (onde o inverno é mais comprido) recordou que procura “saltar o melhor possível em todas as competições”.

Fã do tenista Roger Federer e do piloto de testes da Fórmula 1, Robert Kubica, seu compatriota, a quem elogiou a “determinação, fortaleza e perseverança que tem para perseguir os seus objetivos”, Kamil Stoch salientou que o seu principal objetivo é continuar a fazer o que faz: "saltar tão bem quanto possa”, finalizou.

Áustria e Finlândia são reis no ar

A competição que decorre em estádios com uma média de assistência de 30 mil espetadores arranca amanhã, sábado, e não irá parar no dia 1 de janeiro, sendo nesse dia um dos acontecimentos desportivos na Europa Central e da Europa do Norte. Termina no Dia de Reis, 6 de janeiro, coroando o esquiador com mais pontos nos quatro locais dos saltos.

Dois países ostentam o título de Reis dos Saltos: Áustria e Finlândia são as duas nações com mais vencedores na competição, 16 cada, no total.

A nível individual, O finlandês Janne Ahonnen, “Finnair Man”, como é conhecido o saltador já́ retirado de competição, com cinco troféus (998-1999, 2002-2003, 2004-2005, 2005-2006 e 2007-2008), figura no topo da lista de campeões desta minicompetição. Como nota, o título de 2005-2006 foi partilhado com o checo Jakub Janda, uma vez que, na final dos oito saltos, ambos atletas somavam o mesmo número de pontos, algo inédito em toda a história da competição.

Depois deste domínio finlandês, seguiu-se o austríaco com a maior série triunfal na história do torneio, com sete vitórias consecutivas, de 2008-2009 até 2014-2015.