Em 12 de janeiro, a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), os sindicatos representativos dos CTT, a Comissão de Trabalhadores e Movimento de Utentes de Serviços Públicos (MUSP) foram ouvidos na mesma comissão sobre a atual situação da empresa e a prestação do serviço universal postal.
Em causa está o requerimento apresentado pelo PS em dezembro a solicitar ao Governo que promovesse uma avaliação das responsabilidades contratuais face à concessão de serviço postal em vigor entre o Estado e os CTT, documento no âmbito do qual foram aprovadas tais audições.
Em dezembro passado, os CTT divulgaram um Plano de Transformação Operacional, que prevê a redução de cerca de 800 trabalhadores na área das operações ao longo de três anos, em consequência do tráfego do correio, de um total de 6.700, dos quais 6.200 efetivos e perto de 500 contratados a termo.
No final de setembro do ano passado, o grupo CTT contava com 12.843 trabalhadores, enquanto no final de dezembro de 2013 - altura em que a empresa foi privatizada, entrando em bolsa - contabilizava 12.383, ou seja, mais 3,7% (mais 460 trabalhadores em quatro anos).
O plano de reestruturação dos CTT prevê também um corte de 25% na remuneração fixa do presidente do Conselho de Administração e do presidente executivo, além da otimização da implantação da rede de lojas, através da conversão de lojas em postos de correio ou do fecho de lojas com pouca procura.
Já este ano, os Correios de Portugal confirmaram o fecho de 22 lojas no âmbito deste plano de reestruturação.
A privatização dos CTT, que rendeu aos cofres do Estado mais de 900 milhões de euros, foi feita a dois tempos – em 2013 e em 2014 – em operações que renderam, respetivamente, 579 milhões de euros (70% do capital social da empresa a 5,52 euros por ação) e 343 milhões de euros (30% do capital social detido pela Parpública ao preço de 7,25 euros por ação).
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