“Essa desvalorização do euro não tem nenhum fundamento do ponto de vista de questões económicas. Acontece sempre que há crises ou situações como as que estamos a viver ou de outra natureza”, afirmou o responsável do BdP, em resposta aos jornalistas quando questionado sobre o tema, em conferência de imprensa no âmbito dos 20 anos do euro, no Museu do Dinheiro, em Lisboa.

Hélder Rosalino sublinhou que em situações de crise ou instabilidade, “o dólar é sempre vista como moeda de refúgio e os investidores tendem a refugiar-se nas moedas refúgios”, tal como o ouro.

O euro caiu hoje para menos de 1,11 dólares, o nível mínimo desde há 20 meses, devido à intensificação da guerra na Ucrânia e após a publicação de dados da inflação.

Às 13:10 (hora de Lisboa), o euro seguia a 1,1104 dólares, quando na terça-feira ao fim da tarde negociava a 1,1140 dólares.

Durante alguns momentos, o euro recuou até 1,1059 dólares. Os investidores têm evitado o risco e refugiam-se no dólar.

O euro caiu em relação ao dólar “para níveis que não eram vistos desde junho de 2020, depois de as condições de perceção de risco já terem provocado ontem [terça-feira] uma queda diária de 1% no meio de uma escalada de restrições impostas a Moscovo”, consideram os analistas de Monex Europe.

Entretanto foi anunciado que a taxa de inflação homóloga na zona euro atingiu 5,8% em fevereiro, mais sete décimas em relação ao mês anterior, segundo uma estimativa hoje divulgada pelo Eurostat.

Nos mercados tem aumentado a preocupação com as consequências económicas e na inflação de uma guerra prolongada na Ucrânia.

A invasão russa da Ucrânia tem aumentado ainda mais os preços da energia, que já estavam a subir bastante antes do conflito.

Há também uma redução das expectativas quanto a uma subida das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu (BCE) este ano.

O governador do Banco da Finlândia, Olli Rehn, disse recentemente que o BCE não deveria acabar os estímulos monetários antes de analisar o impacto da guerra na Ucrânia.