“Vamos garantir que seremos capazes de ter 2.500 megawatts adicionais de capacidade nuclear [instalada], para garantir que podemos resolver questões de segurança nacional e soberania energética”, afirmou o ministro da Eletricidade, Kgosientsho Ramokgopa, numa conferência de imprensa em Pretória.

O país tem a única central nuclear de África, mas a central de Koeberg, perto da Cidade do Cabo (sudoeste), opera atualmente apenas com metade da sua capacidade, que é de cerca de 1.840 megawatts.

O Governo iniciará o “processo de aquisição” desses 2.500 megawatts, que deverão entrar em operação em 2032 ou 2033″, acrescentou Ramokgopa, classificando essa etapa como um “marco importante”.

A iniciativa “consolida a nossa posição indiscutível como país líder no continente em relação à capacidade de geração nuclear”, sublinhou o ministro, que descreveu a energia nuclear como “a mais barata e a mais limpa”.

O executivo ainda não decidiu se vai construir grandes reatores semelhantes aos das centrais nucleares convencionais, ou se será mais adequado optar por pequenos reatores modulares.

A empresa estatal de energia Eskom foi afetada por problemas de corrupção e manutenção que levaram aos cortes de energia.

Perante esta situação, a África do Sul, país vizinho de Moçambique, declarou “estado de calamidade nacional” entre 09 de fevereiro e 05 de abril, além de implementar diversas medidas como a nomeação de um ministro da Eletricidade.

A constante incerteza relativamente ao abastecimento de energia elétrica é um fardo significativo para a economia mais desenvolvida de África, bem como uma grande fonte de agitação social.

Em dezembro de 2022, o Presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, atribuiu esta crise à má gestão e corrupção na Eskom, num discurso na 55,ª Conferência Nacional do Congresso Nacional Africano (ANC, no poder).