“No alojamento local, os distritos que mais cresceram foram os distritos do interior, quase os únicos: Bragança, Vila Real e Guarda. Lisboa e Porto estagnaram. Lisboa, inclusive, diminuiu, diminuiu oficialmente 2%, 1%”, avançou o presidente da Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP), Eduardo Miranda, na Assembleia da República.
Eduardo Miranda falava através de videoconferência na comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, sobre a aplicação das medidas de resposta à pandemia de covid-19 e do processo de recuperação económica e social.
De acordo com o presidente da ALEP, atualmente há 1.800 alojamentos locais anunciados nas plataformas oficiais da associação, mas muitos já terão saído e não deram baixa.
“Isto é uma adaptação natural e nós olhamos para a sustentabilidade aqui como um grande desafio. Achamos que o alojamento local pode ter um papel fundamental no interior, porque nas pequenas aldeias e nas vilas aquelas uma, duas, três unidades podem crescer gradualmente com sustentabilidade”, observou.
Para Eduardo Miranda, os grandes centros urbanos podem ter um papel muito importante no processo de descentralização do turismo no futuro.
“Os turistas chegam principalmente pela via aérea de Lisboa e Porto, que podem ser a porta para depois se fazerem programas para outras zonas”, disse, lembrando que desde 2019 os centros urbanos - especialmente Lisboa - estiveram já mais equilibrados e as aberturas praticamente paralisaram, enquanto em 2020 “houve um decréscimo real” na capital.
Com vista a evitar a concentração do turismo nas grandes cidades, Eduardo Miranda reiterou que a sustentabilidade é prioritária para o setor.
“É um tema que temos como prioritário e vamos estar aqui, seguramente, a focar neste tema nos próximos dois, três anos, porque acreditamos que é este o caminho e que o alojamento local ainda tem uma imagem errónea em termos de perceção pública e política e pode ser o contrário: um grande instrumento em termos de sustentabilidade”, realçou.
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