Os trabalhadores dos CTT - Correios de Portugal iniciaram a partir da meia-noite a segunda greve geral em dois meses, após dois dias de paralisação em dezembro, a ques e seguirá logo à tarde uma manifestação em Lisboa contra a falta de condições laborais.
Na origem da greve está o Plano de Transformação Operacional dos CTT, que foi apresentado pela empresa em dezembro e que prevê a redução de cerca de 800 trabalhadores na área das operações em três anos e a otimização da rede de lojas, através da conversão em postos de correio ou do fecho de lojas com pouca procura.
Em comunicado, os CTT informam "que todas as suas lojas (estações de correio) no país estão abertas, não tendo sido afetado pela greve o normal e regular funcionamento da sua rede de atendimento".
Além disso, "também os postos de correio, que não são afetados por esta greve, estão em funcionamento disponibilizando todos os seus serviços a quem os visita".
No turno da noite dos Centros de Tratamento e Transportes de Lisboa e Porto, a adesão à greve dos trabalhadores dos CTT foi de 70,63%, tendo ultrapassado as expectativas, segundo os sindicatos que promoveram a paralisação.
Os Correios de Portugal "garantem todos os seus serviços nos 2.365 pontos de acesso mantendo o seu normal funcionamento" e contam "divulgar os dados de adesão à greve a meio da manhã, assim que seja possível divulgar números reais confirmados".
Duas dezenas de trabalhadores dos CTT estavam hoje desde as 07:00 concentrados, em protesto contra falta e condições laborais, junto ao Centro de Distribuição Postal em Benfica, onde a adesão à greve ronda os 90%.
Em declarações à Lusa, Eduardo Rita, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT), disse que neste centro de distribuição postal, pelas 07:00, estavam apenas três trabalhadores ao serviço.
“Estamos em defesa dos trabalhadores e do serviço prestado às pessoas, que queremos que seja feito com qualidade”, acrescentou.
“Na origem desta greve está a defesa da empresa, do serviço público de correios, a defesa dos postos de trabalho e pela nacionalização da empresa, uma vez que a comissão executiva tem estado a destruir o serviço postal com o encerramento de estações, falhas na distribuição, falta de trabalhadores e aumento das voltas de distribuição”, explicou.
A greve de 24 horas estende-se a todas as estações e espaços dos CTT do país e as ações são organizadas pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT), pelo Sindicato Democrático dos Trabalhadores das Comunicações e dos Media (SINDETELCO), pelo Sindicato Independente dos Correios de Portugal (SINCOR), pelo Sindicato Nacional Dos Trabalhadores Das Telecomunicações e Audiovisual (SINTAAV) e pela Comissão de Trabalhadores.
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