A acusação alegou que, há três anos, estes bancos fizeram acordos de não concorrência para fixarem os preços das ações do banco australiano ANZ, detidas pelo Deutsche Bank e pelo Citigroup, que foram vendidas a investidores institucionais, no valor de 2,5 mil milhões de dólares australianos (1,6 mil milhões de euros).

De acordo com as autoridades australianas, o Citigroup e o Deutsche Bank combinaram, alegadamente, um preço mínimo para as ações, de modo a que não perdessem valor.

O primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, afirmou que as autoridades vão “garantir que aqueles que fizeram coisas erradas sejam responsabilizados”.

Turnbull considerou que esta acusação, juntamente com acordo feito esta semana com o maior banco do país, Commonwealth Bank of Australia, é a prova que os reguladores do país estão a trabalhar bem.

O Commonwealth Bank of Australia aceitou pagar uma multa recorde de 700 milhões de dólares australianos, por não cumprir as medidas de prevenção de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.

“Os clientes não foram postos em primeiro lugar e estamos determinados a garantir que a má conduta do setor financeiro não se repita, por isso alterámos e melhorámos a lei, dando maiores recursos aos reguladores para garantir que estas infrações não se repitam”, sublinhou.

Os três bancos negaram estas acusações e afirmaram que vão defender os atuais e ex-funcionários. A primeira audiência no tribunal de Sydney está marcada para 03 de julho.

Com as alterações à lei introduzidas em 2009 no país, os arguidos enfrentam uma pena máxima de 10 anos de prisão e multas que podem ascender até aos 420 mil dólares australianos.

Caso sejam condenados, os bancos enfrentam uma pena que pode chegar a 10% das faturações anuais ou a uma multa equivalente a três vezes o benefício obtido com a infração.

O ex-diretor do Citigroup na Austrália Stephen Roberts e o ex-diretor do Deutsche Bank na Austrália Michael Ormaechea estão entre os arguidos.

Também o ex-diretor de mercados de capital do Deutsche Bank na Austrália Michael Richardson foi acusado, juntamente com mais três funcionários, um de cada instituição bancária.