O BCE disse hoje que também baixou a procura de crédito, tanto por parte das empresas como das famílias, mais do que previam os bancos, devido às elevadas taxas de juro, a um menor investimento fixo das empresas e à deterioração das perspetivas do mercado imobiliário.
O BCE realizou o inquérito que efetua quatro vezes por ano para compreender melhor os empréstimos dos bancos, entre 15 de setembro e 02 de outubro a 157 bancos da zona euro.
Os padrões de crédito são os guias internos dos bancos ou os critérios para aprovar empréstimos.
Assim, 12% dos bancos que o BCE inquiriu afirmou que reforçou as condições dos créditos às empresas no terceiro trimestre (contra uma percentagem de 14% no segundo trimestre).
A percentagem líquida de bancos que afirmou ter restringido os padrões da concessão de crédito moderou-se em comparação com os trimestres anteriores, mas foi mais elevada do que os bancos tinham previsto no trimestre anterior, segundo o BCE.
Os bancos também afirmaram que endureceram as condições dos créditos às famílias para comprar habitação e para consumo.
Cerca de 11% dos bancos inquiridos pelo BCE afirmou ter restringido os padrões dos créditos hipotecários no terceiro trimestre (contra 8% no segundo trimestre).
O BCE refere também que 16% dos bancos disse que restringiu as condições do crédito ao consumo no terceiro trimestre (contra 18% no segundo trimestre).
A perceção do risco mais elevado face às perspetivas económicas e a situação específica dos clientes que pedem empréstimos, bem como uma tolerância ao risco menor e posições de liquidez mais baixas dos bancos, contribuíram para que estes tenham restringido as condições dos créditos às famílias.
Os bancos estimam reforçar mais as condições dos créditos às empresas no quarto trimestre, ainda que de forma mais moderada, manter os padrões dos créditos hipotecários e endurecer muito os créditos ao consumo.
Os bancos preveem que a procura de créditos baixe mais no quarto trimestre.
“O acesso ao financiamento deteriorou-se em todos os segmentos de mercado no terceiro trimestre, especialmente o acesso ao financiamento a retalho”, e curto prazo, que reflete o aumento da concorrência de outros bancos e a oportunidade de investimento alternativa que oferecem uma remuneração mais elevada, adianta o BCE.
A redução do balanço do BCE, que já não reinveste nas obrigações que vencem do primeiro programa de compra de dívida, também contribuiu para a deterioração das condições de financiamento do mercado e para as posições de liquidez dos bancos nos últimos seis meses.
Isto por sua vez endureceu as condições de empréstimos dos bancos e reduziu os volumes dos empréstimos.
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