Falando numa audiência parlamentar, o vice-governador da autoridade de regulação prudencial do Banco de Inglaterra, Sam Woods, disse esperar que tal perda se registasse no “primeiro dia” após a concretização do ‘Brexit’.
De acordo com o responsável, tal número representa cerca de 3% daqueles que trabalham em Londres ou nas redondezas e de 2% dos empregos na banca e seguros.
Muitas empresas que compõem o setor financeiro britânico têm demonstrado estarem preocupadas com a saída daquele país da União Europeia, prevista para março de 2019.
Sam Woods alertou os legisladores que, para evitar problemas para estas companhias, deveria ser feito em breve um acordo de transição.
Isto porque, continuou, serão registados “prejuízos” caso as empresas tenham de adotar planos de contingência para o primeiro trimestre do próximo ano.
O responsável notou que, a longo prazo, as previsões são mais negativas, já que se estima a perda de 65 mil a 75 mil empregos, número que está dependente do tal acordo de transição para que as empresas possam operar na União Europeia.
Já na terça-feira, a cadeia televisiva local BBC divulgou estas projeções do Banco de Inglaterra.
Segundo a estação televisiva, os executivos do supervisor bancário inglês estão a trabalhar neste “cenário razoável” do que pode acontecer, sobretudo se não houver um acordo em matéria financeira entre a UE e o Reino Unido, quando o país sair do espaço comunitário, em março de 2019, na sequência de um referendo.
O número de empregos que podem ser suprimidos vai depender da relação entre as duas partes, acrescentou a BBC.
Caso a relação entre o Reino Unido e a UE na área comercial fique sob as regras da Organização Mundial de Comércio (OMC), os bancos com sede no país vão perder os seus direitos a operar no espaço comunitário, pelo que muitos postos de trabalho serão transferidos para outras capitais europeias.
A eliminação de 75 mil postos de trabalho é a estimativa para os próximos três a cinco anos e deve ocorrer nos serviços financeiros, mas também em outros associados, como no setor legal.
As negociações atuais ainda dão incertas, por não estar clara qual a relação final do Reino Unido com a UE e se Londres terá um vínculo comercial especial com os restantes 27 países.
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