Num comunicado hoje divulgado, o BCE explica que registou um lucro nulo depois de aplicar 1.600 milhões de euros de provisões para riscos financeiros e de ter obtido um lucro de 192 milhões de euros em 2021.

As primeiras perdas desde 2004 têm em conta o montante aplicado de 1.627 milhões de euros da provisão para riscos financeiros para cobrir perdas registadas durante 2022.

Estas perdas decorreram principalmente das despesas com juros relacionadas com o passivo líquido do BCE no âmbito do TARGET2 e das perdas não realizadas em títulos detidos nos fundos próprios e nas carteiras de dólares norte-americanos.

“Após a aplicação deste montante, a provisão para riscos financeiros foi reduzida para 6.566 milhões de euros”, disse o BCE.

Esta provisão poderia revelar-se insuficiente dado que os riscos para toda a carteira do BCE estavam estimados em 16.000 milhões de euros no final de 2022.

As receitas líquidas de juros ascenderam a 900 milhões de euros em 2022 (contra 1.566 milhões de euros em 2021).

A principal causa da diminuição foram as despesas com juros resultantes da responsabilidade líquida do BCE no âmbito do TARGET2, que ascenderam a 2.075 milhões de euros (rendimento de juros de 22 milhões de euros em 2021).

O BCE espera “incorrer em perdas a curto e médio prazo, antecipando ao mesmo tempo um regresso ao lucro a longo prazo”, afirma o relatório financeiro do BCE.

Tal como o BCE, alguns bancos centrais nacionais da zona euro poderão também apresentar perdas em 2022.

No entanto, o BCE salienta que estas instituições não são “empresas comuns” e que “podem registar perdas e ainda assim funcionar eficazmente” no cumprimento do seu mandato principal de manutenção dos preços.