Nas previsões de verão divulgadas hoje, Bruxelas piora a sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) português de 2,3% para 2,2%, ficando agora ligeiramente abaixo do que estima o Governo de António Costa (que é 2,3%).

“O crescimento do PIB português abrandou para 2,1% (em cadeia) no primeiro trimestre de 2018, devido, sobretudo, a um enfraquecimento das exportações líquidas. Parte da moderação é explicada por fatores temporários, como más condições meteorológicas que afetaram a construção e a atividade portuária”, explica a Comissão.

Apesar do “arranque suave” no início do ano, o sentimento económico “melhorou em maio e junho, apontando para uma “performance mais favorável no segundo trimestre”.

O consumo privado continua a beneficiar da melhoria das condições de trabalho, mas, no entanto, Bruxelas estima que abrande na segunda metade do ano à medida que “o ritmo de criação de emprego abrande e, com menor medida, em resultado do impacto da subida do preço do petróleo nos rendimentos disponíveis”.

A Comissão prevê que tanto as exportações como as importações continuem a crescer a taxas elevadas, com uma contribuição para o crescimento negativa, devido a um ambiente externo menos favorável.

O executivo comunitário mantém a estimativa de crescimento do próximo ano em 2% - abaixo da projeção do Governo, que espera que o ritmo de expansão do PIB se mantenha nos 2,3% em 2019.

Já no que diz respeito à inflação, e depois de um “abrandamento significativo no início do ano”, os preços começaram a recuperar em maio, devido à subida do preço do petróleo.

Por isso, a inflação deve rondar os 1,4% em 2018 e os 1,6% em 2019, antecipa Bruxelas.

“O crescimento dos salários tem estado subjugado, mas espera-se que recupere gradualmente no horizonte da projeção [até 2019], empurrando o preço dos serviços além da meta de inflação [que é de 2%]”, segundo a Comissão.

Lembrando que os preços na habitação cresceram 12,2% no primeiro trimestre, devido ao turismo e à entrada de capitais estrangeiros, a Comissão espera que a recuperação na construção de casas controle gradualmente os preços na habitação, embora a diferença face à meta de inflação permaneça substancial.

Este ano, a Comissão Europeia voltou a publicar duas previsões abrangentes (primavera e outono) e duas previsões intercalares (inverno e verão) a cada ano, em vez das três previsões abrangentes no inverno, na primavera e no outono que produziu todos os anos desde 2012.

Isso faz com o relatório intermédio apresente apenas atualizações do PIB e da inflação. Nos relatórios publicados desde 2012, a Comissão apresentava previsões também para a taxa de desemprego, o défice orçamental, a dívida pública e o saldo das contas externas, entre outros.

Bruxelas baixa previsões de crescimento na Alemanha para 2018 e 2019

A Comissão Europeia baixou hoje as previsões de crescimento da economia alemã, face às estimativas feitas em maio, para os 1,9% neste e no próximo ano.

Segundo as previsões de verão de Bruxelas, hoje divulgadas, depois de um crescimento de 0,3% no primeiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha deverá crescer este ano a um ritmo de 1,9%, abaixo dos 2,2% de 2017, nível que se manterá no próximo ano.

Nas previsões da primavera, a Comissão Europeia estimava crescimentos de 2,3% em 2018 e 2,1% em 2019.

A força do mercado laboral e o crescimento salarial sustentado beneficiam o consumo privado e continuam a sustentar o crescimento.

Já as incertezas relativas ao comércio internacional de bens poderão afetar a economia alemã, segundo Bruxelas.

Bruxelas baixa pela primeira vez crescimento de Espanha que continua a ser alto

A Comissão Europeia baixa pela primeira vez as suas previsões de crescimento económico para Espanha em 2018 para 2,8%, menos 0,1 pontos percentuais, que mesmo assim continuam a estar acima da média da Zona Euro (2,1%).

Nas previsões macroeconómicas intercalares de verão divulgadas hoje em Bruxelas, o executivo comunitário prevê um crescimento económico em Espanha de 2,8% em 2018 e 2,4% em 2019.

Trata-se da primeira vez que a Comissão Europeia revê para baixo este indicador para 2018 depois de quatro revisões consecutivas em alta, tendo na última delas, em maio último, subido a sua previsão para 2,9%, mais quatro décimas do que as estimativas anteriores.

A revisão feita agora, de menos 0.1 pontos percentuais, acompanha a revisão feita à maior parte dos Estados-membros, com a evolução da economia espanhola para 2018 (2,8%) a manter-se acima da média de 2,1% para a Zona Euro ou de 2,3% para a União Europeia, considerando que o crescimento continua a ser “resiliente”, apesar de terem aumentado as “incertezas”.

Bruxelas estima que o crescimento da atividade económica em Espanha vai baixar para 2,4% em 2019, enquanto diminui para 2,0% na Zona Euro e para 2,1% na União Europeia.

“A economia espanhola cresceu 3,1% em 2017 e continua a mostrar poucos sinais de desaceleração”, considera Bruxelas na análise que faz ao país.

Para os economistas da Comissão Europeia, a composição do crescimento de Espanha no primeiro trimestre do corrente ano indica uma evolução “mais fraca do que a esperada” das exportações e dos investimentos não incluindo o setor da construção, que foram compensados pelo “forte” consumo e construção de habitações.

“Consumo e investimentos na construção deverão continuar a ser os componentes mais dinâmicos da procura”, resume Bruxelas, acrescentando que a subida mais elevada do que se esperava do preço do petróleo deverá ter um impacto negativo na procura interna em 2018 e um impacto menor em 2019.

Estas previsões intercalares da Comissão Europeia apenas têm estimativas para o crescimento económico e para a inflação.

No que diz respeito ao aumento do nível de preços, Bruxelas prevê um aumento de 1,8% em 2018 e 1,6% em 2019, enquanto a média da Zona Euro será de 1,7% em cada um dos dois anos e na União Europeia de 1,8% também para cada um desses anos.

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