"É natural que haja uma certa perplexidade com a posição do PSD, sendo certo que o BE acha que por uma vez o PSD tem razão: a descida da TSU é má para o país", advogou Catarina Martins, que falava aos jornalistas em Lisboa no final de uma ação com foco nos transportes públicos da capital, em concreto o metropolitano.
Sobre a TSU, que tem marcado a agenda noticiosa nos últimos dias, a líder do Bloco assinalou que o Governo "sempre soube que o BE não apoiaria" a medida, e justificou depois o porquê da contestação.
"O que [a descida da TSU] faz é promover salários baixos, para além de pôr os contribuintes a pagar um custo que não é seu, é das empresas", advogou.
Depois, a bloquista lembrou que o presidente do Conselho Económico e Social (CES), Correia de Campos, "já alertou" para esse mesmo facto, de que "o desconto da TSU é perverso porque promove salários mais baixos".
O BE, concretizou Catarina Martins, "não faz cambalhotas sobre as suas posições": "Ninguém está à espera que o BE estivesse a favor de uma medida que vai premiar grandes empresas e vai forçar os salários para baixo, isso é que cria instabilidade", reforçou.
"O PSD tem razão quando acha que o desconto da TSU é uma má medida. Fico ligeiramente surpreendida porque foi uma medida criada pelo próprio PSD em tempos e até há pouco tempo o PSD queria alargar esse desconto, como foi alargado. Em todo o caso, mais vale tarde que nunca", disse Catarina Martins.
A descida da TSU está prevista no acordo de concertação social que consagrou o aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN) para os 557 euros, mas tanto o Bloco de Esquerda como o PCP admitiram avocar a medida ao parlamento para a revogar, caso o Governo insista em mantê-la.
No fim de semana, o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou que o PCP e o BE começaram o ano a "meter baixa" no apoio ao Governo e rejeitou as críticas relativamente à posição social-democrata na questão da TSU.
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