Em entrevista à cadeia televisiva CNBC, em Lisboa, Centeno notou aos cidadãos europeus que valeram a pena os esforços feitos e que é altura de “colher os benefícios” depois de anos de crise económica.
Com o regresso do crescimento e novos ciclos políticos em diversos Estados-membros, o titular das Finanças encontra uma janela de oportunidade para aprofundar a integração na zona euro, afirmando a necessidade de concluir a união bancária.
“Concluir a união bancária significa coisas ligeiramente diferentes para cada membro do Eurogrupo. Temos de tentar concentrar-nos no terreno comum que certamente temos e temos que o fazer”, afirmou o ministro, referindo que para reformas na zona euro “são essenciais tempo e paciência”.
Sobre a possibilidade de uma Europa a várias velocidades na implementação de medidas, Centeno respondeu com a necessidade de “fazer progressos”.
“Se o progresso tem que ser feito à medida, de acordo com a vontade dos países em ir mais depressa em áreas específicas, penso que isso não será um problema”, avançou Centeno, que assume a presidência do Eurogrupo a 13 de janeiro para dois anos e meio “intensos” e que não serão definidos por posições a favor ou contra a austeridade.
“É perceber que a resposta que tivemos das reformas precisa de ser correspondida por alguma resposta da procura e a Europa está em boa posição para o fazer”, acrescentou nesta entrevista.
A saída do Reino Unido do conjunto dos 28 foi assumida por Centeno como um dos principais desafios, sendo “um choque negativo, certamente para todas essas economias” e que terá de ser encarada com uma reforma estrutural.
“De um choque negativo podemos e devemos construir soluções positivas”, argumentou.
Já sobre a situação grega, Centeno referiu que um eventual alívio da dívida apenas surgirá depois de concluído o terceiro programa de resgate, o que deverá ocorrer em agosto de 2018.
O ministro saudou o trabalho feito pelas autoridades gregas para cumprirem as metas estipuladas.
Questionado sobre os planos para reformar o sistema fiscal norte-americano, com possíveis consequências nas trocas externas, o governante português notou que o processo não deve deixar de fora a cooperação com parceiros comerciais.
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