O governante falava na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, no Fórum Financeiro Outlook 2019 "Portugal - De aqui para onde?".
"Nos últimos anos, o acesso 'online' aos serviços bancários tornou-se mais comum, enquanto forma de relacionamento dos clientes com os seus bancos, assim como o recurso a caixas automáticas. Se, por um lado, os bancos devem prestar serviços de qualidade, com comissões acessíveis a quem não acompanha a era digital, por outro lado, a rede de caixas automáticas, no que depender do Governo, vai continuar gratuita para os portugueses", disse.
Numa conferência no início do mês, os presidentes executivos do BCP, BPI, Caixa Geral de Depósitos (CGD) e Novo Banco defenderam que o multibanco deve ou ser pago ou ter critérios uniformes em toda a zona euro.
Na sessão de hoje, o ministro das Finanças destacou a atual sustentabilidade do setor bancário, que contrasta com a realidade de 2015, e que permitiu que Portugal recuperasse a confiança dos investidores e das agencias de 'rating', sinalizando o facto de os juros da dívida portuguesa terem hoje caído para mínimos a 10 anos, pela primeira vez, para níveis abaixo de 1%.
"Esta estabilização trouxe taxas de juros para mínimos históricos, estamos hoje praticamente em linha com as taxas em Espanha e muito inferiores a Itália", disse.
Centeno referiu, no entanto, estar ciente de que o setor financeiro enfrenta um período de "adaptação", desde o desafio das ‘fintech’ (empresas tecnológicas financeiras) até às finanças sustentáveis.
"A digitalização da economia está em curso e muito já foi feito, com clientes cada vez mais informados e com novos hábitos de consumo. Sabemos que a inovação tecnológica no setor traz também riscos. Todas as oportunidades trazem riscos. A regulação e supervisão são essenciais para minimizar os riscos de segurança e privacidade", disse.
O Governo, segundo o ministro, tem também deixado claro que não devem ser criadas barreiras "desnecessárias" à entrada de novos operadores no mercado e que devem ser criados estímulos à inovação, defesa dos direitos dos consumidores e na promoção da literacia financeira.
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