Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, em Lisboa, o deputado único afirmou que “nacionalizar TAP vai ser dar um passo atrás, vai ser voltar aos piores tempos da economia em que a solução para tudo era nacionalizar”.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, disse hoje que se os privados não aceitarem as condições do Estado para um empréstimo de até 1.200 milhões de euros, a TAP terá de ser nacionalizada.

"Se o privado não aceitar as condições do Estado português, nós teremos de intervencionar a empresa, nacionalizar a empresa, sim, ou quer que nós deixemos a empresa cair?", respondeu o ministro, perante os deputados da comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, na Assembleia da República.

Na mesma audição, o governante já tinha dito que a proposta do Estado com as condições para um empréstimo de até 1.200 milhões de euros à TAP foi chumbada [na segunda-feira] pelo Conselho de Administração, e admitiu "uma intervenção mais assertiva na empresa".

André Ventura disse estar surpreendido com as afirmações do ministro porque “nada disto foi relevado” aos partidos “nas reuniões que mantiveram com o Governo”.

Por isso, acusou o executivo de “uma má-fé” e “desrespeito enorme pelo parlamento”, que “soube de forma atabalhoada que TAP seria nacionalizada ou que esse processo estaria em curso porque teriam falhado as negociações com os privados”, e que “não foi envolvido nessa negociação”.

“O Chega apela ao Governo que não desista das negociações e que persista neste caminho de procurar encontrar uma solução que não passe por nacionalizar a companhia aérea”, vincou, considerando que “a TAP é uma empresa estratégica, precisa de ser bem gerida, precisa de dar bons resultados mas, sobretudo, precisa de estar orientada para o serviço dos portugueses”.

Para Ventura, “este não é o momento de ceder à pressão da extrema-esquerda, não é momento para nacionalizar a companhia, é momento de criar um plano de negócio, um modelo de negócio, de fazer uma auditoria à TAP, de exigir resultados e de conseguir, com esses resultados, levar a TAP a bom porto e conseguir criar uma forte empresa estratégica”.

“Não podemos dar o passo atrás de voltar a querer uma companhia aérea ao nível da Venezuela ou da Bolívia, temos de ter uma companhia aérea moderna, ao nível do que se quer na União Europeia, e isso exige uma parceria entre o Estado e os privados”, defendeu o líder demissionário do Chega.

O deputado único do Chega entende também que “O Estado não deve tornar-se no grande gestor público”, sob pena de ser criado uma “espécie de grande poço sem fim que vai acabar por penalizar todos os contribuintes” e realçou que espera que, “por trás deste fantasma da nacionalização da TAP não esteja negociata com outro qualquer outro país” para voltar a “reprivatizar TAP de forma leviana”.

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